Para se chegar a Avalon era preciso saber o encantamento que abriria as névoas e chamaria a barca que o levaria pelo lago até à ilha. Somente os iniciados e alguns homens do povo do pântano (que conduziam as barcas) sabiam o caminho para Avalon. Quem ousasse transpor as brumas sem saber o encantamento ficaria perdido, para sempre, vagando entre os dois mundos.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

JORNADA À AVALON

                   
                         JORNADA À AVALON


Procure um lugar sossegado em sua casa, onde não possa ser interrompida(o). Acenda um incenso e coloque uma música suave de fundo. Sente-se com a coluna ereta e coloque a sua frente uma caneta e papel.

Agora feche os olhos e expire e inspire profundamente, tentando esvaziar a sua mente. Comece então a balançar o corpo da direita para esquerda lentamente. Você agora perceberá que está dentro de um pequeno barco.
O barco balança para trás e para frente. Faça o mesmo jogo com seu corpo. A sensação será bem agradável, de relaxamento total.

Você olhará para cima e só verá a bruma, que irá se dissipar aos poucos. Erga os braços e visualize uma luz branca direcionar-se do céu para baixo, que entrará por cima de sua cabeça e iluminará todo o corpo. Neste momento notará que a bruma desapareceu e avistará a ilha de Avalon.
O barco chegará à margem e você deve desembarcar. Morgana lhe dará as Boas-Vindas.

Ela perguntará o que você deseja e terá então o direito de lhe fazer duas perguntas. Ela tomará a sua mão e a(o) conduzirá até seu caldeirão mágico disposto no centro de um círculo de macieiras. Morgana pegará sua varinha mágica e agitará a água do caldeirão.

Quando a água se aquietar, você verá na superfície as respostas de suas perguntas. Você deverá então, agradecer sua ajuda e provavelmente ela lhe peça uma oferenda, que você ofertará de coração aberto. Ela lhe conduzirá de volta ao seu barco e você parte.

Agora respire fundo novamente por três vezes e abra os olhos bem devagar. É hora de anotar tudo o que você viu no caldeirão de Morgana e refletir.

domingo, 22 de julho de 2012

A Deusa Celta geminiana: MAEVE (deusa da guerra e da caça)



Conta a lenda que Maeve era uma deusa irlandesa, muito sedutora, instigante, que corria com os cavalos, conversava com os pássaros e despertava muito desejo nos homens do vilarejo.

Ela era rainha de Connacht, simboliza o poder feminino, mas também desperta o gêmeo selvagem que possuímos. Essa deusa reforça nosso espírito ágil, inovador e audaz.

"Intoxicante" é o significado do nome MAEVE, pois ela com seu deslumbre, sua beleza, seu poder pessoal, enebria os homens. Com uma sexualidade intensa, coragem, determinação e fertilidade, MAEVE é uma Deusa completa, pois sabe ser guerreira, feminina e mãe (o mito conta que ela tem diversos filhos, assim como diversos maridos e amantes).

sábado, 7 de julho de 2012

Glastonbury: A Lendária Avalon



                       Glastonbury: A Lendária Avalon

As lendas que envolvem Glastonbury, uns dos lugares mais sagrados da Inglaterra, atraem uma multidão de visitantes e peregrinos.


 O rei Arthur teria sido mesmo enterrado no chão da abadia? Estará realmente o Santo Graal escondido em Chalice Well? 

Será que aquela estranha espiral era o caminho para Glastonbury Tor?

Elevando-se acima das planícies de Somerset Levels, Glastonbury Tor, em cujo cimo se ergue a torre de uma igreja em ruínas, constitui um marco inigualável de um dos lugares mais misteriosos da Inglaterra. 


E isto porque Glastonbury, local de uma primitiva povoação cristã, está imersa em abundante riqueza de tradições e lendas, mito e romance. 

Esta pequena e animada povoação atrai visitantes de todos os gêneros: românticos fascinados pela lenda do rei Arthur, peregrinos à procura da herança da antiga cristandade, místicos em busca do Santo Graal, enquanto os astrólogos são seduzidos pelos rumores da existência de um zodíaco na paisagem.


Glastonbury não era mais do que uma ilha rodeada de pântanos quando os primeiros cristãos ali se estabeleceram. 


A primeira data digna de menção é de cerca de 705 d.C. quando o rei Ine fundou aqui um mosteiro que viria converter-se numa casa beneditina no século X. escavações arqueológicas trouxeram à luz restos de primitivas construções feitas de vime e de barro, enquanto dos muitos edifícios de pedra construídos ao longo dos séculos apenas resta o contorno. 

Muitos são, no entanto, os restos da abadia principal construída nos séculos XIII e XIV e que se caracterizava por um universo místico próprio.

Lady Chapel, a abadia do século XII, ergue-se no local de uma antiga igreja destruída por um incêndio em 1184 d.C. Tratava-se da "Igreja Velha" que, segundo a tradição, foi construída por José de Arimatéia, o homem que carregou o corpo de Jesus para o túmulo. 


A lenda conta que José de Arimatéia emigrou depois para Glastonbury, onde edificou uma igreja.

 Outra lenda narra a forma como ele chegou até o barco, até Weryall Hill e se inclinou sobre o bastão em atitude de oração. 

O bastão teria então criado raízes e dele teria nascido uma espécie de espinheiro, o Glastonbury Thorn, que ainda hoje floresce na Páscoa e no Natal na abadia, em frente a igreja de São João.

Foi o rei Arthur enterrado em Glastonbury?





O maior mistério de Glastonbury é, sem dúvida, saber se o rei Arthur está ou não enterrado na abadia.

 Apesar dos frades afirmarem ter encontrado os restos mortais do rei e da sua mulher Guinevere em 1190, existem ainda muitas dúvidas quanto a veracidade da história; recentes descobertas parecem demonstrar que o corpo terá sido enterrado perto de Bridgend, no sul do País de Gales. 

Depois da ultima batalha da Arthur, em Calann, local que nunca foi identificado, o rei moribundo terá sido levado para a misteriosa ilha de Avalon. 

Ordenou então a Sir Bedivere que se desfizesse da sua poderosa espada Excalibur, mas, quando aquele cavaleiro a arremessou ao lago, uma mão que saiu da água conseguiu agarra-la.

 Onde é que este estranho acontecimento terá tido lugar?

 A resposta mais popular identifica-o como o charco de Pomparles Bridge, perto de Glastonbury, drenado posteriormente.

A sepultura, no chão da abadia, foi descoberta depois de o segredo do local ter sido revelado por um trovador galês ao rei Henrique II. 


O rei informou então o abade de Glastonbury, e é possível que, aquando da reconstrução da abadia depois do incêndio de 1184 d.C., os frades o tivessem lançado à procura do túmulo.

 A cerca de 2m de profundidade encontraram uma pedra achatada com uma cruz gravada e a inscrição seguinte: hic iacet sepultos inclitus rex arturius in insula avalonia – "Aqui jaz o famosos rei Arthur na ilha de Avalon". A cerca de 2,7m abaixo da pedra encontrava-se um caixão feito de um cepo escavado contendo as ossada de um homem de 2,04m com o crânio danificado, assim como outras de tamanho inferior, identificadas como sendo de Guinevere, por uma punhado de cabelo loiro que estava junto.

O Dr. Ralegh Radford, arqueólogo britânico, confirmou, em 1962, que se tinha realmente encontrado um caixão, mais que não havia forma de se saber a quem pertencia. 


O local assinalado no chão da abadia como sendo o túmulo do rei Arthur é de fato o local onde os ossos voltaram a ser enterrados em 1278, num túmulo de mármore preto, à frete do altor-mor. 

O túmulo original não está assinalado mas fica a 15m da porta de Lady Chapel, voltada ao sul.

A lenda do outeiro

O rei Arthur está muito ligado a Glastonbury, como revela um conto muito anterior à anunciada descoberta de seu túmulo. Melwas, rei de Somerset, raptou Guinevere e manteve-a prisioneira em Glastonbury. 


Arthur, depois de reunir um grupo de homens, foi com eles até a fortaleza do rei para libertar Guinevere que, segundo pensavam, estaria no outeiro. 

O abade, no entanto, conseguiu que as partes chegassem a um acordo antes da luta começar.

Em 1960, durante as escavações, foram encontradas as ruínas de primitivas construções de madeira em cimo dos 150m do outeiro, mas não se conseguiu apurar se se tratava do palácio real ou de alguma construção monástica.


 Quem habitou ali dispunha, no entanto, de boas instalações: entre os achados contam-se fornos de fundição de metal, ossos de animais – de vacas, carneiros e porcos – e peças de cerâmica, sugerindo que se bebia vinho do Mediterrâneo.

Durante a era medieval os monges de Glastonbury edificaram no cimo do outeiro uma igreja dedicada à S. Miguel Arcanjo que foi destruída por um terremoto. 


A torre que se conserva hoje é tudo o que resta de uma outra construída posteriormente em uma submissão da primitiva.

 Os monges teriam a intenção de cristianizar o outeiro pagão.

 Segundo a lenda, tratava-se da entrada para Annwn, um reino secreto do submundo, cujo senhor era Gwyn ap Nudd, rei das Fadas.

 Quando, no século VI, St. Collen visitou Gwyn ap Nudd no outeiro, entrou por uma passagem secreta e encontrou-se de repente no meio do palácio.

Submetido a tentações,espalhou água benta à sua volta: o palácio desapareceu e St. Collen encontrou-se sozinho no outeiro.

O Vaso Sagrado

No sopé do outeiro existe uma nascente cujo cantar lembra o pulsar do coração. 


Essa nascente é também chamada Fonte de Sangue, por as suas águas serem daquela cor devido ao óxido de ferro, embora a sua mais famosa designação seja a de Vaso Sagrado, uma vez que a tradição dá como certo ser ali que se esconde o Santo Graal.

 Esta "taça" lendária, o cálice utilizado por Jesus Cristo na Última Ceia, teria sido trazida para a Inglaterra por José de Arimatéia. 

Dizia-se que o Graal tinha enormes poderes e, depois de ter desaparecido, foi procurado em vão por inúmeros cavaleiros da Távola Redonda.

As lendas de Glastonbury poderão ter um fundo de verdade, mas o fato é que elas envolveram a região numa aura de mistério.

No século XII, o historiador Guilherme de Malmesbury escreveu, referindo-se à Abadia de Glastonbury, que "ela transmitia, desde a sua fundação, qualquer coisa de sagrado e de celestial que se espalhava por toda a região…" Apesar das opiniões discordantes e dos estudos contemporâneos, o Glastonbury é ainda, usando as palavras de Malmesbury, um santuário da Terra.