Para se chegar a Avalon era preciso saber o encantamento que abriria as névoas e chamaria a barca que o levaria pelo lago até à ilha. Somente os iniciados e alguns homens do povo do pântano (que conduziam as barcas) sabiam o caminho para Avalon. Quem ousasse transpor as brumas sem saber o encantamento ficaria perdido, para sempre, vagando entre os dois mundos.

sábado, 1 de agosto de 2020

Sobre as Dríades

                                                   


 A palavra "dríade" vêm do latim drya-driadis, ninfa do bosque para os romanos, que provêm por sua vez da palavra grega "drys", que significa árvore em grego. As Dríades seriam então, as ninfas das florestas e das árvores.

Elas são os espíritos femininos da natureza, tão conhecidas na Grécia e áreas circunvizinhas, mas acredita-se que elas habitam todo o mundo.

Dependendo da árvore em que habitam as dríade recebem distintos nomes. As que vivem nos freixos são conhecidas como melíades. e as que vivem nos carvalhos se conhece como dríopes. 

Sobre as melíades se conta muitas histórias. Há quem diga que os druidas faziam suas varinhas mágicas com ramos de freixo, dada a magia de seu tronco.

A árvore e a ninfa que habita nele se associam aos poderes curativos e protetores.

O freixo contribui com seu poder para que as crianças sejam sadias e por isso se faziam berços da madeira do freixo. 

Na Grécia dizia-se que as melíades cuidavam das crianças abandonadas,
fazendo que todos os freixos unissem seus galhos formando uma espécie de berço com seus braços, no qual os pequenos dormiam refugiados.

Na Inglaterra se usava como proteção contra os maus espíritos.

As melíades possuem um enorme amor pela árvore onde reside, por isso ela se vingará de todo aquele que se atrever a queima qualquer galho de sua árvore, usando então a lei "olho por olho".

Queimar um freixo onde habita uma melíade significa estar exposto a que ela queime tua casa.

Parentes próximos das Dríades são: as Napaeae, Auloníades, Hylaeorae e Alsaeides, viviam nos bosques, ravinas, arvoredos e vales, enquanto as Oreades pertenciam às montanhas e grutas.

As Hammadríades protegiam e cuidavam de árvores individuais específicas. Parentes próximos das Dríades eram também: as Náiades dos bosques, as Crenae e Pegae dos regatos, a as Limnades
das águas paradas.

Por vezes essas ninfas viviam dentro das águas, por vezes em grutas.

Dizia-se que elas tinham o dom da profecia e dos oráculos, curavam os enfermos, cuidavam das flores e protegiam os campos e os animais. 

A relação e os poderes de todas as ninfas eram tão similares que suas tarefas e áreas de influência eram constantemente confundidas.

Dríades das florestas e árvores, por vezes cuidavam de lagos e riachos próximos.

Ninfas das águas protegiam os bosques circunvizinhos.

As Dríades se apresentavam com o corpo de árvore, cabelos de folhas verdes e seios volumosos. 

Seus olhos eram dourados e suas vozes eram muito harmoniosas, como o rufar das folhas das árvores.

Adoravam a música e a dança. Devido serem jovens e bonitas, eram constantemente cortejadas por Apolo.

Algumas delas, acompanhavam Ártemis em suas caçadas.

Determinadas árvores eram habitadas pelas Hammadríades que não podiam sair de dentro delas.
Eram humanas só da cintura para cima, pois da cintura para baixo, seu corpo fundia-se com o da árvore, fazendo parte de suas raízes.

Elas permaneciam acorrentadas às árvores e morriam quando elas morriam. 

Tais árvores cresciam sempre em lugares remotos, onde
raramente um homem pudesse encontrá-las.

Elas falam várias línguas e sua grande inteligência permite se comunicar com quase todos os seres dos bosques.

Para que possamos ver uma delas, devemos prestar a maior atenção na natureza e nos fixarmos em cada detalhe. 

Se escutarmos um leve murmúrio que parece uma melodiosa voz, provavelmente próxima de nós se encontra uma Dríade.

ENTRE OS CELTAS

Dríades eram conhecidas em todas as regiões celtas. Os celtas acreditavam que fossem espíritos que habitavam as árvores, em especial os carvalhos.
Os druidas as contatavam para obter inspiração.
Bolotas de carvalho eram conhecidas como "Ovos de Serpente" e utilizadas em encantamentos.

A vida de algumas destas pequenas ninfas, como já falamos, estava sempre ligada à árvore onde haviam nascido, a qual cuidam durante toda a sua vida e morriam se ela morresse.

A maioria dos humanos pensa equivocadamente que nada acontece ao se talhar um árvore, arrancar-lhe folhas,queimá-la ou cortá-la.

Mas se cortarmos uma árvore em que habita uma Hammadríade, agora sabemos que estamos matando-a.

Contam os druidas,que quando um carvalho era cortado, soltava gritos e gemidos de dor que podiam ser ouvidos a mais de um quilômetro de distância.

Observações semelhantes já foram registradas em outras partes do mundo

ENTRE OS GREGOS 

Os deuses da mitologia grega protegiam estes seres pequenos, para que nada se atrevesse a matá-las, castigando fortemente todo aquele que destruísse as árvores. Deste modo, aprenderam os gregos a respeitar a natureza.

Os gregos e os romanos tomavam muito cuidado para não contrariar as ninfas. Grutas, riachos e toda a área florestada eram tratados com respeito,pois nunca se sabia se a ninfa daquela área se ofenderia.


As ninfas eram as companheiras de Fauno e Pã, os quais eram capazes de instigar o pânico e o horror sobrenaturais em qualquer agressor. Nossa palavra "pânico" vem da habilidade de Pã em incitar o pânico.

Na história religiosa o culto das árvores teve um papel importante.

Nada podia ser mais natural, pois, no alvorecer da história, a Europa estava coberta de imensas florestas primevas, onde as clareiras esparsas devem ter parecido pequenas ilhas em um oceano verde.

As Dríades seriam reminiscências da era matrilinear, cuja divindade primordial era a Terra-Mãe, enquanto a mulher seria a figura religiosa central.


Nesse caso, as ninfas, divindades secundárias, poderiam ser consideradas uma extensão da própria energia telúrica, a saber, divindades menores que representam Gáia, a grande Mãe Terra em sua união com a água, elemento úmido e fecundante.

Tudo leva a crer que sim, pois, da união desses dois elementos, terra e água, surge a força geradora que preside à reprodução e à fecundidade da natureza tanto animal quanto vegetal. 

Desse modo, as ninfas são a própria Gaia em suas múltiplas facetas, enquanto matriz de todos os seres e coisas, enquanto grande Deusa, cujas energias nunca se esgotam. 

Por tudo isso só podiam ser divindades femininas da eterna juventude.

                          PARA CAPTURAR UMA DRÍADE

Plante uma pequena árvore sem seu jardim em um lugar secreto e especial. Quando ela se fixar no solo e começar a crescer, a dríade nasce. Conheça a personalidade e o aspecto de dríade visitando a árvore regularmente.

Abraçar a uma árvore é o mesmo que abraçar a uma dríade, e a energia e a paz que você poderá obter através desse ato tão simples vale a pena por maior que seja a insegurança que possa você sentir inicialmente.

Quando a árvore entrar em decadência e morrer,a dríade passará ao Outro Mundo, enquanto que os restos da madeira voltarão ao bem-estar e a paz da terra. 

Ame a sua dríade e sua dríade amará você!





                                     

quinta-feira, 2 de junho de 2016

O Green Man

          

                               O Green Man

O Fantástico Guardião das Florestas e de todos os seres.


 Existe um entalhe fascinante entre as antiguidades inglesas um rosto que espia por entre as folhas e vinhas. 

É o Homem Verde (Green Man), uma misteriosa deidade dos bosques que cuida das florestas e especialmente de todas as variedades de árvores.

 Diz-se que ele tem forma humana, tez verde e se veste com folhas e cascas de árvore.

 Para aqueles que destroem indiscriminadamente bosques e árvores, o Homem Verde é um espírito maligno. 

Para aqueles que amam e usam de modo sábio as árvores, ele é uma tímida entidade que encoraja o crescimento.

Segundo a lenda, ele oculta tesouros sob suas árvores frutíferas, mas torna a ocultá-los se os fazendeiros arrancam as árvores de seus pomares em busca de tesouros.

O Homem Verde tinha os mesmos atributos de Cernunnos, sendo igualmente uma divindade cornuda que habitava as florestas. 

Deus dos bosques, seu nome, em galês antigo, é Arddhu (O Escuro) ou Atho.

           O Green Man e os seus caminhos

Por Willowroot Abby 

Nas antigas florestas e campos da Europa, o Homem Verde percorria longas estradas, livremente.

 Os caminhos do homem verde são as formas
que a natureza selvagem e as estações da Terra apresentam.

 Ele está presente onde essa cultura é cultivada e colhida. Ele está lá quando os animais acasalam e nascem. Ele está lá quando mudam as estações e o Sol brilha. 

Reconhecimento e reverência para ele e para a energia de vegetação e a natureza.

Durante a Idade Média, pedras eram esculpidas, semelhantes ao Homem Verde nas paredes e arcos das melhores catedrais. 

Há milhares de cabeças de Green Man, esculpidas em toda a Europa.

Até o momento do Renascimento europeu, religiões pagãs estavam sob constante ataque pela recém-poderosa Igreja Católica.

Este foi também um ataque ao Green Man e sua magia.

 Ainda assim, a presença do Homem Verde era constante e forte para o povo. 

A imagem silenciosa do Homem Verde ecoou do espírito da natureza.

 Sua vigorosa energia masculina foi ao mesmo tempo misteriosa e familiar. 

Como um deus que morre e volta, semelhante a Jesus. 

Em seu caminho o povo da Idade Média misturava suas crenças tradicionais com a nova religião cristã católica.

A sabedoria do homem verde está nos ciclos e passagens. Todos nascem, crescem, envelhecem e morrem, cada um em nosso próprio tempo. 

É esta verdade profunda e sagrada, que encontra resposta na figura do Homem Verde. O Homem Verde é uma ponte mágica entre a natureza e a todos nós. 

Homem em sua forma, ele também é vegetal e animal, ao mesmo tempo. Seus mistérios são os segredos de todas as coisas que crescem. Ele está presente em todos os alimentos naturais - vegetais, saladas, brócolis, milho e os grãos e frutos da Terra. 

Ele vive em todas as culturas e em todas as coisas verdes e de crescimento.



O homem verde é tanto uma parte de nós como nós somos dele. Sua energia preenche as árvores que fazem o oxigênio que respiramos.

 O homem verde nos dá  o sopro da vida. Na colheita, ele se rende a sua essência na altura de sua magnificência. 

Embora ele morra como uma planta, ele nasce novamente nas células e tecidos dos animais e seres humanos. 

Aqui ele nos alimenta e cresce, até no tempo, deixamos de ser, e sua energia é liberada
novamente na terra. 

Lá ele brota de novo no ciclo interminável de morte e renascimento.

        Um Ritual para o Homem Verde

Percorrendo os caminhos do homem verde significa viver em harmonia com a natureza e viver de acordo com as estações do ano. Isso significa olhar para as
bênçãos e dons que são únicas para cada época do ano.

 Sem inverno, não há primavera; sem verão não há colheita.

Rituais do Green Man pode ser feitos para várias finalidades :
 para curar o ambiente, para restabelecer o equilíbrio, ou para assegurar a abundância e o sucesso de novos empreendimentos.

 Rituais para Green Man devem ser realizados com
velas verdes, brancas ou azul claro e amarelo. Velas verdes para crescimento, saúde e vegetação. Branco ou velas azuis representam ar. Velas amarelas brilham com a luz do Sol e sua energia vital e calor.

Símbolos usados em rituais de Green Man podem incluir uma planta que cresce, uma frutas, grãos secos, uma pequena tigela de barro, folhas, bagas, e bolotas ou outros frutos secos.

A invocação do homem verde


"Eu chamo-lhe agora, oh espírito da natureza, forte e livre

Venha e me ensinar, eu estou pronto para honrá-lo

Eu celebro os seus dons, eu estou pronto para aprender suas verdades,

Como os meus antepassados fizeram antes de mim,

Eu vejo o seu poder e sua dor, sob o manto verde

Das cicatrizes em seu corpo e da grande tristeza em seus olhos.

Você não está mais abandonado, nós o ouvimos novamente;

Estamos prontos, para honrar os seus caminhos.

Revele-se, Green Man,

Teça seus feitiços de magia verde.

Ensina-me e eu vou ouvir a sua voz;

Vou comemorar seus caminhos sabedoria sagrada."

O melhor é que esse ritual de Green Man seja feito numa área externa e, se possível, em um local arborizado. Tire os sapatos, afunde os pés na terra fria, e senta a energia do Homem Verde mover-se através do seu corpo. 


Antes de começar seu ritual, tome alguns momentos para ouvir as árvores,observe como eles farfalham, rangem, e gemem como o vento passando, e saiba que isso é o milagre da magia do Homem Verde.

Em tempos antigos camponeses sabiam os caminhos dos campos e florestas, e davam a volta à Terra com o sacrifício do Homem Verde. 

Hoje ainda têm a oportunidade de fazer sacrifícios, mas os sacrifícios que estamos fazendo são os de cuidado, moderação, e conscientização. 

Reciclagem e conservação são hoje os sacrifícios de Green Man.

Hoje, o homem verde ressurge em nossa consciência.

 Sua presença traz equilíbrio e energia para a recuperação de nossa herança ancestral. 

Para os homens, o Homem Verde é especialmente importante, já que ele é um guia para
acessar o poder masculino equilibrado. 

No nosso tempo, o Homem Verde vem com uma voz clara e forte, guiando-nos para um contato mais saudável e mais equilibrado e estável com a natureza.






terça-feira, 26 de abril de 2016

A Grande Deusa…



                 
                          A Grande Deusa…

A criadora de todo o Universo, a Senhora dos dez mil nomes.

Astarte, Diana, Isis, Rhianon, Cerridrew, Hécate, Morgana, Afrodite, Danu, Deméter, Ártemis, Freya, Brighit, Luna, etc.

Donzela, Mãe e Anciã.

Aquela que corre pêlos bosques, livre em sua juventude, no frescor da Lua Crescente, bela, linda, cheia de vida, cheia de vontades e amor….

Aquela que gera, que alimenta e acolhe, que ama e cuida, a Mãe da Lua Cheia que está sempre presente.

Conselheira, sábia pelo tempo vivido e marcado em sua face, a senhora do caldeirão, a que nos ensina em suas histórias na Lua Minguante….

A tentadora, a que encanta, a que provoca, aquela que na Lua Negra, usa a escuridão ao seu favor, a senhora do submundo.

Amante perfeita.

A mãe carinhosa do Deus.

Ela está em cada pétala de rosa, em cada voz dos ventos, em cada orvalho, em cada brilho de estrela, em cada sopro de vida.

Para entende-la, basta erguer os braços em uma noite de lua cheia, caminhar lentamente pela praia , sentar silenciosamente embaixo de uma árvore e meditar, respirar fundo e sentir o cheiro das matas, olhar a beleza das cachoeiras, ver a chuva que cai enquanto ao horizonte se faz o arco-íris, olhar as noites estreladas, e se você se emocionar com isso, pronto, você já entendeu o que é ser uma Filha da Natureza.

Fonte: Internet

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Simplesmente Avalon


                      Simplesmente Avalon

Avalon, uma lenda que está muito além das brumas do tempo... Mas como alcançá-la? 

Para aqueles que estão centrados na fé, basta apenas olhar dentro de si e buscá-la nos seus mais nobres sentimentos. 

O Templo de Avalon é o corpo que guarda a alma ancestral, o caminho que nos leva direto a misteriosa Ilha das Maçãs, ou seja, o caminho da verdade infinita que está dentro de cada ser.

Para adentrarmos na ilha sagrada de Avalon, respire profundamente e esvazie sua mente de todo e qualquer pré-julgamento, medo ou dúvida. Invoque a emoção e a razão dos nossos Deuses Antigos. E, diga apenas:

"Que as brumas, novamente, dêem passagem ao filho de Avalon, que retorna da sua longa jornada, ao plano de luz e beleza. Abençoados pelo céu, a terra e o mar!"

Aos poucos a sensação de bem-estar e amplitude aumentará e num determinado momento você estará lá. 

Aproveite este contato e siga até o ponto mais alto da ilha para ouvir o canto dos pássaros e o farfalhar das folhas das árvores, onde os seres feéricos de Avalon lhe apresentarão todos os segredos gravados na pedra.

Ao descer a colina em espiral, consulte o poço das águas sagradas e o fogo perpétuo da pira central do templo, pois eles são as bases do princípio maior da criação.

Saiba que tudo é possível e que cada minuto são horas de puro prazer e recordação... Busque as respostas, soluções e simplesmente acredite que elas já fazem parte da sua vida. 

Acesse esse portal toda vez que precisar de uma orientação.

A Deusa mãe é amorosa, mas também implacável e, os Deuses, atuam lado a lado daqueles que sabem que o melhor está sempre no caminho do eterno aprendiz. 

Resgate sua sabedoria divina e a força guerreira das tribos celtas.

Viva intensamente este momento e percorra toda a ilha. 

A cada nova viagem você retornará revigorado e sua percepção ficará cada vez mais aguçada. 

Avalon é simplesmente esta doce emoção, mas, apenas para aqueles que ainda acreditam na magia que está escondida dentro do seu coração. 

Que assim seja!

Rowena Arnehoy Seneween ®


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Mais sobre Avalon ou Glastonbury


Castelos e fortificações de pedra compõem boa parte da paisagem da Inglaterra rural. 


Em muitos deles, a passagem do Rei Arthur e de seus leais cavaleiros da Távola Redonda com seus feitos nobres deixou marcas, ajudando a construir suas histórias.

Mas é no sudoeste da Inglaterra, a 150 km de Londres, na cidadezinha de Glastonbury (um dos lugares mais sagrados da Inglaterra) que expedições arqueológicas encontraram não só vestígios de um Arthur em carne e osso como também do seu refúgio, a lendária Ilha de Avalon.

Para muitos respeitáveis estudiosos, porém, não há dúvidas de que a pacata e bucólica Glastonbury de hoje foi outrora a mítica Ilha de Avalon e atrai visitantes de todos os gêneros: românticos fascinados pela história do rei Arthur, peregrinos à procura da herança da antiga religião, místicos em busca do Santo Graal, em busca da energia que emana de Stonehenge que era ligada ao antigo rio Avalon, ainda quando Glastonbury era rodeada por pântanos, enquanto; os astrólogos são seduzidos pela existência de um zodíaco na paisagem, chamado Templo das Estrelas de Glastonbury por Katherine Maltwood.

Pesquisas arqueológicas atestam que os campos de Glastonbury há milhares de anos, foram pântanos drenados, ou seja, a cidade já foi uma ilha, o que reforça sua proximidade com as lendas de Avalon também chamada de "Ynis Vitrin" ou Ilha de Vidro.

 O nome Avalon tem origem no semi-deus celta Avalloc. 

Os Celtas a consideravam uma passagem para outro nível de existência.

Segundo pesquisadores, Avalon ainda pertencia ao mundo, a comunidade de lá convivia pacificamente com os cristãos, que ali chegaram pedindo abrigo.

 Foram acolhidos com a condição de que não interferissem nos cultos e nas tradições antigas. Diz-se que padre José de Arimatéia levou o cálice Graal contendo o sangue de Jesus para a ilha de Avalon (Glastonbury com seus pântanos atualmente drenados).

Em Avalon havia suas deusas e deuses, vivia em harmonia com a natureza, ao seu ritmo, seguindo as mudanças das estações do ano, os ciclos da lua com seus antigos rituais.

 Viviam lá as Sacerdotisas da Lua e aprendizes dos mistérios e forças da natureza, conheciam a magia, as ervas para curar, os segredos do céu e das estrelas e a música principalmente...Em Avalon onde tudo florescia era iluminada pelo sol.

Entretanto, com o passar do tempo, os padres (não José de Arimatéia, que se “dizia”, teria uma concepção contrária de outros padres) começaram a ver os cultos pagãos como profanos, dizendo que em seus rituais o demônio era adorado, condenando-os. 

Muitas comunidades pagãs foram destruídas, e a partir de 391, com a consolidação do cristianismo como religião oficial do Império Romano, as perseguições tornaram-se maiores e os cultos pagãos foram totalmente proibidos.

Avalon é uma ilha sagrada. Há muitas eras, pertencia ao mundo, mas hoje, está entre a Terra e o Reino Encantado, cercado pelas brumas que encobrem a ilha e a separa do mundo dos homens.

Inúmeros sítios místicos da Bretanha envolvem uma história particularmente rica e variada, figurando em cultura druida, cristãos, cultos celtas, no ciclo arturiano e na espiritualidade da Nova Era. 

No entanto, mesmo as associações mais antigas são relativamente novas, se comparadas com os primórdios dos marcos sagrados. Há 6 mil anos ou mais, alguns desses sítios constituíam o solo sagrado de um povo mais remoto – os adoradores neolíticos da Deusa-Mãe.

A Deusa, uma divindade da mãe-terra reverenciada pelas sociedades primitivas em muitas partes do mundo, aparentemente teve seus seguidores na Inglaterra. 

Em Silbury Hill há uma enorme colina perto de Stonehenge, que teria representado o ventre da deusa grávida. 



Para erguê-la, seus construtores teriam feito um esforço prodigioso, arrastando cerca de 36 milhões de cestas cheias de terra, durante 15 anos.

A pedra-ovo, considerada símbolo da poderosa mãe cósmica pode possuir uma energia própria: Dowsers afirma que ela emite fortes vibrações. 

Com quase 40 metros de altura, uma estrutura artificial pré-histórica que alguns historiadores acreditam que ela representasse um olho, um símbolo usual da deusa-mãe.

 O morro em si seria a íris e o círculo em seu topo, a pupila.

A 1,50 quilômetro a leste de Glastonbury, ergue-se a mais de 150 metros de altitude outra colossal gravidez da terra, o Tor, um cone extraordinário, visível de todas as direções em um raio de mais de 30 quilômetros.

Ao redor de suas encostas os terraços construídos pelos homens formam um imenso labirinto que se enrosca até o corpo. Alguns pesquisadores acreditam que esses caminhos tortuosos foram projetados para a prática de rituais pagãos, na pré-história.

O Tor é coroado pela torre em ruínas de uma igreja dedicada a São Miguel, um célebre caçador de dragões e inimigo dos espíritos do mal.


Os monges medievais erigiram a igreja com o intuito de cristianizar o local e erradicar seus vínculos com reis e deuses pagãos.

Segundo uma lenda celta, a entrada para Annwn, a morada subterrânea das fadas, pode ser encontrada através de túneis e câmaras naturais localizadas debaixo do Tor. 

através desse portal que Gwynn ap Nudd, rei das fadas, teria partido em caçadas selvagens para encontrar e roubar os espíritos dos mortos.

O Tor de Glastonbury é inconfundível em uma vista aérea. 


Sobressai de tal maneira na paisagem, que induziu à hipótese de ter servido como referência para a aterrissagem de discos voadores. 

“Tor” em celta significa Portal, passagem; estaria ali o umbral que permite a passagem do nosso mundo para a ilha sagrada de Avalon.

Uma tradição milenar relata também que está em Glastonbury (antiga Ilha de Avalon) o Poço do Cálice Sagrado (Chalice Well), onde José de Arimatéia, amigo e protetor de Cristo, no ano 37 d.C., teria escondido o Santo Graal, o cálice da Santa Ceia, contendo o sangue de Jesus. 


O poço fica nas proximidades da colina de Tor.

É um lugar muito apreciado para meditação.


 De uma fonte, sai uma água pura e cristalina com propriedades medicinais.

 O sangue do cálice teria sacralizado e tingido a água pura do poço.

Esta é realmente vermelha. Segundo cientistas, devido ao alto teor de ferro no solo. 

Para os turistas e locais, beber as águas do "Chalice Well" é beber da própria fonte da juventude.

Enfim, Glastonbury é um berço sagrado que abriga muitos mistérios...


Nas mitologias galesa e irlandesa, os poços são portais para o mundo dos espíritos, e o desenho da tampa do poço (Vesica Piscis) representa justamente a interseção entre os dois mundos, cortados ao meio por uma lança ou espada associada à Excalibur, a legendária espada do rei Arthur.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A Ilha Sagrada


Entre as brumas está uma terra 
Há muito perdida 
Há muito esquecida 
A Ilha sagrada 

Lá todos são felizes 
Em Avalon 

O lar das sacerdotisas 
O refúgio dos sonhadores 
A inspiração dos poetas 
A origem dos amores

As Donzelas que lá moram 
Desfrutam da doce maçã de Avalon 
E bebem do poço sagrado 
Suspiram aguardando Beltane 

Em Beltane é só alegria 
Todos dançam ao reodr das fogueiras 
Com uma bela cantoria 

E a Virgem da primavera benze os campos 
Com a sua pureza e beleza 
Espera a chegada do Cernuno 
E faz-se mulher por sua terra. 

Em Avalon
As flores nascem mais belas 
O crepúsculo é mais demorado 
Os pássaros cantam mais doce 
É harmonia em todo lado 

Mas Avalon desapareceu entre as brumas
E só resta a triste lembrança 
Do que aquela terra um dia foi 
A terra dos sonhos 
A Ilha sagrada

segunda-feira, 9 de março de 2015

A Cruz Celta


A cruz celta tem estado em evidência desde que o cristianismo começou a se espalhar pelas Ilhas Britânicas. 

Ela geralmente tem a aparência de uma cruz cristã coberta com nós celtas entrelaçados. 

Os braços da cruz são conectados por um círculo perfeito, também geralmente decorado com nós celtas. 

Contudo, a cruz celta não representa somente o cristianismo. 

Em sua essência, a cruz celta é uma combinação de crenças cristãs e druídicas, uma combinação que foi tão necessária quanto prática.

A lenda mais famosa explicando as origens da cruz celta tem a ver com São Patrício, um padre católico irlandês que assumiu a conversão dos pagãos celtas ao cristianismo. 

A lenda conta que um dia, enquanto ele pregava para um grupo de pagãos irlandeses, ele desenhou uma cruz cristã sobre um menir, então desenhou um círculo ao redor dela para representar a deusa celta da Lua. 

Isto mostrou aos pagãos que São Patrício estava disposto a combinar e tolerar a fé deles se eles estivessem dispostos a aceitar Cristo como seu Deus e se converterem ao cristianismo. 

A história conta que esta tática deu certo e que o símbolo da cruz com círculo começou a se enraizar.

Apesar das histórias de como a cruz celta veio para combinar os símbolos pagãos e cristãos, muitos cristãos veem o círculo como um símbolo do amor eterno de Cristo envolvendo o símbolo de seu sacrifício a seus seguidores. 

Outros acreditam que o círculo representa a aura de luz que cerca as cabeças do divino. 

Ele também pode representar a existência eterna da promessa de Cristo de salvação e do Céu para aqueles que acreditam nele e em seu sacrifício.

Muitos símbolos cristãos e pagãos se alternam entre os sistemas de crenças, especialmente em lugares onde paganismo e cristianismo coexistiram por longos períodos de tempo, como nas Ilhas Britânicas.


 A cruz celta não é exceção. Como um símbolo pagão, a cruz geralmente geralmente tem quatro braços com comprimentos iguais que representam os quatro principais elementos: terra, ar, fogo e água. 

O lugar onde os braços se cruzam representava o quinto elemento do espírito.

 De acordo com Fantasy Ireland, os braços também representam as quatro partes sagradas do ser humano: mente, alma, coração e corpo, com o centro ainda representando o espírito.

 A cruz também era um símbolo celta de proteção, que se acreditava bloquear a negatividade e prevenir ataque físico.

 O círculo ao redor da cruz representa tanto a deusa da Lua em sua forma mais plena ou o deus sol; às vezes, ele representa ambos, englobando as divindades masculinas e femininas do céu.

Apesar de nem sempre ser retratada deste jeito, a maioria das cruzes celtas também é recoberta com complicados padrões de nós celtas.

 Pouco se sabe sobre estes nós e seu simbolismo, apesar de que, de acordo com Celt Arts, eles podem ter sido um tipo de linguagem do povo celta. 

Eles aparecem em muitas estruturas celtas, menires, dentro de câmaras mortuárias e em roupas. 


Aqueles retratados na cruz celta geralmente formam um tríscele com três pontas no final dos braços.

 Alguns desenhos combinam nós celtas com símbolos históricos, como uma pomba onde se cruzam os braços e um cálice na base da cruz com os nós fluindo para ele para representar o caminho do sangue de Cristo.

A cruz celta moderna aparece em incontáveis peças de jóias como pendentes e braceletes, como decoração para peças de roupas e em capas de muitas Bíblias.

 No mundo antigo, a cruz celta era geralmente esculpida em pedra.

 Algumas cruzes eram esculpidas em um menir, deixando o resto da pedra intacta.

 Outras eram esculpidas em uma pedra, com ela sendo entalhada para deixar apenas a cruz. 

Muitos exemplos destas peças ainda podem ser encontradas hoje na Irlanda e no resto do Reino Unido.