Para se chegar a Avalon era preciso saber o encantamento que abriria as névoas e chamaria a barca que o levaria pelo lago até à ilha. Somente os iniciados e alguns homens do povo do pântano (que conduziam as barcas) sabiam o caminho para Avalon. Quem ousasse transpor as brumas sem saber o encantamento ficaria perdido, para sempre, vagando entre os dois mundos.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Mãe Natureza



MÃE NATUREZA 

Eu sou a beleza da Terra Verde 

A Lua Branca entre as Estrelas, 

O mistério das águas 

E a virtude dos corações Humanos... 

Chamo sua alma: Levante-se e venha 

Pois eu sou a alma da Natureza 

Que dá a Vida ao Universo 

De mim todas as coisas procedem 

e para mim todas as coisas devem retornar...

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Deusa Flidais



                                                FLIDIAS ou FLIDAIS 

Flidias é a Deusa celta da Sensualidade e Senhora das Florestas.


 Ela reúne os atributos da deusa Àrtemis com a sensualidade de Afrodite.Como Senhora das Florestas, ela cuida de todas as coisas silvestres e indomáveis da natureza e está associada ao Homem Verde. 

Para aqueles que destroem indiscriminadamente bosque se árvores, o Homem Verde é um espírito maligno. Para aqueles que amam e usam de modo sábio as árvores, ele é a tímida entidade que encoraja o crescimento da árvore.Mas Flidais também está associada aos animais, em especial ao gado e muitas vezes surge conduzindo uma carruagem puxada por oito cervos e chamava todos os animais da floresta de"seu gado". 

As acepções simbólicas do cervo (gamo) são numerosas, sendo a mais notável, a que o associa a Árvore do Mundo. Por seus chifres longos, que se renovam periodicamente, é comparado à Árvore da Vida. Assim, simboliza a fecundidade (à qual o ardor sexual não é estranho) e os ritmos do crescimento e renascimento. Um dos símbolos desta deusa é a corça,que está intimamente ligada com o feminino. 

Na mitologia grega ela era consagrada a Ártemis, que a caçava ou a usava para puxar sua biga. A beleza da corça vem do brilho extraordinário de seus olhos e este olhar é comparado muitas vezes ao de uma jovem. Além de sua graça e beleza, a corça simboliza a virgindade e pureza. 

Flidias tinha como símbolos também, a grama verde, as árvores e as nascentes das terras das florestas. Flidias era descrita como uma mulher altiva, forte e muito bela que apresentava cabelos dourados. O dourado não apenas define seu esplendor, mas também faz a consciência despertar. 

O domínio do consciente em Flidias não é espiritual e sim terreno, uma exaltação da mais alta pureza, que reluz como ouro. A deusa exemplifica os aspectos da natureza feminina que se manifestam na matéria.

 Beleza física, consciência integrada no corpo e capacidade de conectar emoções profundamente sentidas com relacionamentos. Todos estes atributos, como já dissemos, provém da associação de Flidias com as deusas Àrtemis e Afrodite. Flidias possuía uma vaca mágica cujo leite era capaz de alimentar diariamente centenas de guerreiros. 

A vaca mágica da deusa, como o resto dos animais de Outro Mundo na tradição irlandesa, possuía a pelagem totalmente branca, exceção feitas às orelhas, que eram da cor vermelha. 

Muito embora, não se têm conhecimento de quem seja o pai, Flidais teve três filhas: Bé Téite(Mulher Luxuriosa), Bé Chuille, a Senhora do Mundo Selvagem e também uma druidesa, e ainda, Fland, .

 Alguns autores relatam que Fland vivia sob as águas e seduzia os homens, levando-os para seu reino escuro e frio.

ARQUÉTIPO DA SENSUALIDADE  

Flidias, como deusa do amor e da sensualidade, apresenta um aspecto mutante e transformativo do feminino. Lendas nos contam, que realmente ela podia mudar de forma e transformar-se no que quisesse. E, quando seu arquétipo é ativado em nós, também vemos o mundo e nós mesmos sob uma luz diferente. Fluidos criativos são estimulados, e as fronteira sou limites racionais são impelidos para o domínio do irracional, digamos, quase animal.

 Novas atitudes precedem certo excitamento, e a própria vida adquire novo significado Mudanças bem-vindas prosseguem de mãos dadas com atitude criativa da assunção de riscos.A mulher que vem conhecer a Deusa das Florestas cresce na compreensão do aspecto divino de sua natureza feminina.

 Ela é guiada por suas mais profundas necessidades, por idéias e atitudes que vêm de dentro. Ela não será contaminada por circunstâncias externas ou excessivamente atingida por críticas. Isto acontece, porque Flidias é a floresta virgem, que é livre e espontânea, grávida de vida, de acordo com as leis da natureza. É intocada pelas leis dos homens.

A mulher que tem consciência desta deusa, cuida de sua alimentação, faz exercícios e aprecia os rituais como banhar-se, vestir-se e aplicar cosméticos. Mas não se trata aqui de propósito superficial de apelo pessoal, relacionado à gratificação do ego, mas sim de respeito por sua natureza feminina.

 Sua beleza viva deriva da relação que tem consigo mesma. Esta mulher é virginal, mas isso nada tem a ver com um estado físico, mas com uma atitude interior. Ela não é dependente das reações dos outros para definir seu próprio ser. 

A mulher virginal não é apenas o reverso do homem, seja ele pai, amante, ou marido. Ela mantém-se em pé de igualdade em relação aos seus direitos. Não é governada por idéia abstrata do que ela"deveria" ser ou "do que as pessoas vão pensar". Ela é verdadeira para com sua natureza e seu instinto.

ARQUÉTIPO DA NATUREZA

Flidais, como arquétipo da natureza, nos ensina que é a união que completa o ciclo. Assim como a semente é plantada na Primavera, cresce no Verão, e se faz a colheita no Outono,cada geração desova as sementes para a próxima geração. Devemos prestar muita atenção no plantio de nossas sementes, para que possamos ser recompensados com uma colheita generosa.

A tecnologia já nos trouxe muito conforto e nos mostrou muitas coisas no sentido científico,mas agora è tempo de nos voltarmos para a humanidade e para a conservação do planeta,incluindo seu relacionamento com o divino. 

Hoje, a ciência e a espiritualidade estão começando a integrar-se como um todo.Nosso relacionamento com a natureza é o coração da nova integração encontrada pela ciência e espiritualidade. 

Pessoas e árvores já não podem ser mais cortadas para atender às necessidades da tecnologia e das corporações, em busca do progresso científico. Já é hora de trabalharmos em cooperação com cada um e com a natureza.

Flidais tem muita magia e gosta de pós e poções com gliter.

Quando invocá-la use incenso de ervas e deixe um copo com água ao lado. Peça-lhe socorro nas direções, peça-lhe que lhe ensine a ser bela e sensual. Quando precisar buscar algo, seja um emprego ou um amor ou até uma idéia para um feitiço, assim como metas e proteção.

"Linda Flidais, senhora das Florestas, vinde ao meu encontro, chega perto de mim. Pegue minha mão e guie meus caminhos, cura-me com ervas, remove meus espinhos. Senhora Flidais, afasta aqueles que me querem mau, me ensina a pular as pedras, acender a fogueira que da luz, o amor divino e faz-me bela (belo) como vós. "

Para cura de animais, invoque sempre Flidais. Ela virá em consolo, trará o auxílio, guiará os espíritos. Peça sempre a Flidais que todas as questões com animais ela irá solucionar.

sábado, 6 de outubro de 2012

Os Bosques Sagrados - Nemetons

                                           

                                        Os Bosques Sagrados - Nemetons

Os bosques protagonizam inúmeras lendas, no princípio dos tempos serviram de templos sagrados para os rituais aos seres espirituais que ali habitavam.


 Estes bosques foram às origens da crença em bruxas, fadas, gnomos, ainda hoje, Países da Europa mantém as tradições mais puras, acreditando que a alma da árvore se ergue imponente em direção ao céu, fertiliza a terra e conecta os mortais com os espíritos.

Os Antigos Celtas cultuavam as árvores como verdadeiras deidades e muitos bosques eram considerados locais sagrados, onde seres divinos habitavam.


Para esta antiga civilização, as árvores eram o símbolo primordial da vida. Reza uma antiga lenda celta que o primeiro homem fora criado de um amieiro e a primeira mulher de uma sorveira.


Mas as árvores também eram um símbolo de morte e renascimento. Muitas transmitiam este poder quando, nos meses do Outono e do Inverno, perdiam suas folhas. 
A capacidade de brotar, florir e frutificar novamente, era visto com admiração e sacracidade.


Em certas regiões, caixões de madeiras eram feitos de troncos ocos.

 Diziam que o espirito daquela árvore podia guiar o morto ao outro mundo.

Os espiritos das árvores eram tão reverenciados, que os celtas acreditavam que plantando um broto, semente, ou estaca, no mesmo local onde a árvore mãe havia secado, alí permaneceria o espirito guardião da árvore.

Os celtas não tinham templos como outros povos europeus da época e eram nos bosques sagrados que os ritos e cerimônias eram realizados.
 Para eles, alí, em contato direto com a natureza e os espíritos das árvores e das florestas, é que podiam entrar em contato com o divino universal.

Os bosques eram a morada de seres encantados, fadas e outros elementais, por isso, deviam ser respeitados e temidos. Alguns locais, porém, deveriam ser evitados, pois eram lares de energias obscuras, onde somente alguns druídas, bardos e anciãos podiam entrar. Normalmente, eram lugares onde cresciam espinheiros, e os elementais do local podiam enfurecer-se voltando-se contra os intrusos.

Haviam também, nos bosques, os poços sagrados e, geralmente, quando necessitavam da água, os celtas amarravam uma oferenda na árvore mais próxima ao poço a fim de reverenciar o espírito guardião e os seres que alí estavam.


A palavra celta para bosque sagrado era "Nemeton", e os bosques de carvalhos eram, geralmente, os escolhidos para as reuniões e assembléias druídicas.

 A própria palavra druida sugere que o nome seja uma derivante de drus (carvalho) e seu significado seja "aquele que tem o conhecimento do carvalho". 

O bosques de carvalho seriam, portanto, os locais mais indicados na busca pela sabedoria.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Cruz de Odin ou ( Cruz Solar )


                                                         Cruz de Odin ou ( Cruz Solar )

A cruz solar é provavelmente o símbolo espiritual o mais antigo no mundo, aparecendo na arte religiosa asiática, americana, européia, e indiana.


Representa o calendário solar e seus movimentos, marcados pelos solstícios (a swastika é também um formulário da cruz solar, enfatizando o movimento.)

Norte da Europa esta cruz é conhecida como a cruz de Odin e de Wodan.

 É freqüentemente usada como um emblema dos Asatrus (Religião que cultua o Panteão Aesir, de deuses nórdicos).

No budismo ela é conhecida como a roda da Vida, a roda de Samsara, (perambulação) que determina o fluxo incessante de renascimentos através dos mundos.

Nos Arcanos Maiores do Tarot, a carta número 10 também encontra analogias neste símbolo, sendo que como um símbolo solar o número 10 na Kaballa possui a guematria da Letra YOD

Muitos a conhecem também por "Chalice Well", devido à História do Rei Arthur, que achava que o poço do Santo Graal tinha essa imagem no fundo. 


Para os celtas o círculo significa o infinito e a cruz, ao se estender para os lados, simboliza os Quatro Grandes Festivais Celtas: Samhain, Imbolc, Beltane e Lughnasadh.



sexta-feira, 27 de julho de 2012

JORNADA À AVALON

                   
                         JORNADA À AVALON


Procure um lugar sossegado em sua casa, onde não possa ser interrompida(o). Acenda um incenso e coloque uma música suave de fundo. Sente-se com a coluna ereta e coloque a sua frente uma caneta e papel.

Agora feche os olhos e expire e inspire profundamente, tentando esvaziar a sua mente. Comece então a balançar o corpo da direita para esquerda lentamente. Você agora perceberá que está dentro de um pequeno barco.
O barco balança para trás e para frente. Faça o mesmo jogo com seu corpo. A sensação será bem agradável, de relaxamento total.

Você olhará para cima e só verá a bruma, que irá se dissipar aos poucos. Erga os braços e visualize uma luz branca direcionar-se do céu para baixo, que entrará por cima de sua cabeça e iluminará todo o corpo. Neste momento notará que a bruma desapareceu e avistará a ilha de Avalon.
O barco chegará à margem e você deve desembarcar. Morgana lhe dará as Boas-Vindas.

Ela perguntará o que você deseja e terá então o direito de lhe fazer duas perguntas. Ela tomará a sua mão e a(o) conduzirá até seu caldeirão mágico disposto no centro de um círculo de macieiras. Morgana pegará sua varinha mágica e agitará a água do caldeirão.

Quando a água se aquietar, você verá na superfície as respostas de suas perguntas. Você deverá então, agradecer sua ajuda e provavelmente ela lhe peça uma oferenda, que você ofertará de coração aberto. Ela lhe conduzirá de volta ao seu barco e você parte.

Agora respire fundo novamente por três vezes e abra os olhos bem devagar. É hora de anotar tudo o que você viu no caldeirão de Morgana e refletir.

domingo, 22 de julho de 2012

A Deusa Celta geminiana: MAEVE (deusa da guerra e da caça)



Conta a lenda que Maeve era uma deusa irlandesa, muito sedutora, instigante, que corria com os cavalos, conversava com os pássaros e despertava muito desejo nos homens do vilarejo.

Ela era rainha de Connacht, simboliza o poder feminino, mas também desperta o gêmeo selvagem que possuímos. Essa deusa reforça nosso espírito ágil, inovador e audaz.

"Intoxicante" é o significado do nome MAEVE, pois ela com seu deslumbre, sua beleza, seu poder pessoal, enebria os homens. Com uma sexualidade intensa, coragem, determinação e fertilidade, MAEVE é uma Deusa completa, pois sabe ser guerreira, feminina e mãe (o mito conta que ela tem diversos filhos, assim como diversos maridos e amantes).

sábado, 7 de julho de 2012

Glastonbury: A Lendária Avalon



                       Glastonbury: A Lendária Avalon

As lendas que envolvem Glastonbury, uns dos lugares mais sagrados da Inglaterra, atraem uma multidão de visitantes e peregrinos.


 O rei Arthur teria sido mesmo enterrado no chão da abadia? Estará realmente o Santo Graal escondido em Chalice Well? 

Será que aquela estranha espiral era o caminho para Glastonbury Tor?

Elevando-se acima das planícies de Somerset Levels, Glastonbury Tor, em cujo cimo se ergue a torre de uma igreja em ruínas, constitui um marco inigualável de um dos lugares mais misteriosos da Inglaterra. 


E isto porque Glastonbury, local de uma primitiva povoação cristã, está imersa em abundante riqueza de tradições e lendas, mito e romance. 

Esta pequena e animada povoação atrai visitantes de todos os gêneros: românticos fascinados pela lenda do rei Arthur, peregrinos à procura da herança da antiga cristandade, místicos em busca do Santo Graal, enquanto os astrólogos são seduzidos pelos rumores da existência de um zodíaco na paisagem.


Glastonbury não era mais do que uma ilha rodeada de pântanos quando os primeiros cristãos ali se estabeleceram. 


A primeira data digna de menção é de cerca de 705 d.C. quando o rei Ine fundou aqui um mosteiro que viria converter-se numa casa beneditina no século X. escavações arqueológicas trouxeram à luz restos de primitivas construções feitas de vime e de barro, enquanto dos muitos edifícios de pedra construídos ao longo dos séculos apenas resta o contorno. 

Muitos são, no entanto, os restos da abadia principal construída nos séculos XIII e XIV e que se caracterizava por um universo místico próprio.

Lady Chapel, a abadia do século XII, ergue-se no local de uma antiga igreja destruída por um incêndio em 1184 d.C. Tratava-se da "Igreja Velha" que, segundo a tradição, foi construída por José de Arimatéia, o homem que carregou o corpo de Jesus para o túmulo. 


A lenda conta que José de Arimatéia emigrou depois para Glastonbury, onde edificou uma igreja.

 Outra lenda narra a forma como ele chegou até o barco, até Weryall Hill e se inclinou sobre o bastão em atitude de oração. 

O bastão teria então criado raízes e dele teria nascido uma espécie de espinheiro, o Glastonbury Thorn, que ainda hoje floresce na Páscoa e no Natal na abadia, em frente a igreja de São João.

Foi o rei Arthur enterrado em Glastonbury?





O maior mistério de Glastonbury é, sem dúvida, saber se o rei Arthur está ou não enterrado na abadia.

 Apesar dos frades afirmarem ter encontrado os restos mortais do rei e da sua mulher Guinevere em 1190, existem ainda muitas dúvidas quanto a veracidade da história; recentes descobertas parecem demonstrar que o corpo terá sido enterrado perto de Bridgend, no sul do País de Gales. 

Depois da ultima batalha da Arthur, em Calann, local que nunca foi identificado, o rei moribundo terá sido levado para a misteriosa ilha de Avalon. 

Ordenou então a Sir Bedivere que se desfizesse da sua poderosa espada Excalibur, mas, quando aquele cavaleiro a arremessou ao lago, uma mão que saiu da água conseguiu agarra-la.

 Onde é que este estranho acontecimento terá tido lugar?

 A resposta mais popular identifica-o como o charco de Pomparles Bridge, perto de Glastonbury, drenado posteriormente.

A sepultura, no chão da abadia, foi descoberta depois de o segredo do local ter sido revelado por um trovador galês ao rei Henrique II. 


O rei informou então o abade de Glastonbury, e é possível que, aquando da reconstrução da abadia depois do incêndio de 1184 d.C., os frades o tivessem lançado à procura do túmulo.

 A cerca de 2m de profundidade encontraram uma pedra achatada com uma cruz gravada e a inscrição seguinte: hic iacet sepultos inclitus rex arturius in insula avalonia – "Aqui jaz o famosos rei Arthur na ilha de Avalon". A cerca de 2,7m abaixo da pedra encontrava-se um caixão feito de um cepo escavado contendo as ossada de um homem de 2,04m com o crânio danificado, assim como outras de tamanho inferior, identificadas como sendo de Guinevere, por uma punhado de cabelo loiro que estava junto.

O Dr. Ralegh Radford, arqueólogo britânico, confirmou, em 1962, que se tinha realmente encontrado um caixão, mais que não havia forma de se saber a quem pertencia. 


O local assinalado no chão da abadia como sendo o túmulo do rei Arthur é de fato o local onde os ossos voltaram a ser enterrados em 1278, num túmulo de mármore preto, à frete do altor-mor. 

O túmulo original não está assinalado mas fica a 15m da porta de Lady Chapel, voltada ao sul.

A lenda do outeiro

O rei Arthur está muito ligado a Glastonbury, como revela um conto muito anterior à anunciada descoberta de seu túmulo. Melwas, rei de Somerset, raptou Guinevere e manteve-a prisioneira em Glastonbury. 


Arthur, depois de reunir um grupo de homens, foi com eles até a fortaleza do rei para libertar Guinevere que, segundo pensavam, estaria no outeiro. 

O abade, no entanto, conseguiu que as partes chegassem a um acordo antes da luta começar.

Em 1960, durante as escavações, foram encontradas as ruínas de primitivas construções de madeira em cimo dos 150m do outeiro, mas não se conseguiu apurar se se tratava do palácio real ou de alguma construção monástica.


 Quem habitou ali dispunha, no entanto, de boas instalações: entre os achados contam-se fornos de fundição de metal, ossos de animais – de vacas, carneiros e porcos – e peças de cerâmica, sugerindo que se bebia vinho do Mediterrâneo.

Durante a era medieval os monges de Glastonbury edificaram no cimo do outeiro uma igreja dedicada à S. Miguel Arcanjo que foi destruída por um terremoto. 


A torre que se conserva hoje é tudo o que resta de uma outra construída posteriormente em uma submissão da primitiva.

 Os monges teriam a intenção de cristianizar o outeiro pagão.

 Segundo a lenda, tratava-se da entrada para Annwn, um reino secreto do submundo, cujo senhor era Gwyn ap Nudd, rei das Fadas.

 Quando, no século VI, St. Collen visitou Gwyn ap Nudd no outeiro, entrou por uma passagem secreta e encontrou-se de repente no meio do palácio.

Submetido a tentações,espalhou água benta à sua volta: o palácio desapareceu e St. Collen encontrou-se sozinho no outeiro.

O Vaso Sagrado

No sopé do outeiro existe uma nascente cujo cantar lembra o pulsar do coração. 


Essa nascente é também chamada Fonte de Sangue, por as suas águas serem daquela cor devido ao óxido de ferro, embora a sua mais famosa designação seja a de Vaso Sagrado, uma vez que a tradição dá como certo ser ali que se esconde o Santo Graal.

 Esta "taça" lendária, o cálice utilizado por Jesus Cristo na Última Ceia, teria sido trazida para a Inglaterra por José de Arimatéia. 

Dizia-se que o Graal tinha enormes poderes e, depois de ter desaparecido, foi procurado em vão por inúmeros cavaleiros da Távola Redonda.

As lendas de Glastonbury poderão ter um fundo de verdade, mas o fato é que elas envolveram a região numa aura de mistério.

No século XII, o historiador Guilherme de Malmesbury escreveu, referindo-se à Abadia de Glastonbury, que "ela transmitia, desde a sua fundação, qualquer coisa de sagrado e de celestial que se espalhava por toda a região…" Apesar das opiniões discordantes e dos estudos contemporâneos, o Glastonbury é ainda, usando as palavras de Malmesbury, um santuário da Terra.