Para se chegar a Avalon era preciso saber o encantamento que abriria as névoas e chamaria a barca que o levaria pelo lago até à ilha. Somente os iniciados e alguns homens do povo do pântano (que conduziam as barcas) sabiam o caminho para Avalon. Quem ousasse transpor as brumas sem saber o encantamento ficaria perdido, para sempre, vagando entre os dois mundos.

sábado, 1 de agosto de 2020

Sobre as Dríades

                                                   


 A palavra "dríade" vêm do latim drya-driadis, ninfa do bosque para os romanos, que provêm por sua vez da palavra grega "drys", que significa árvore em grego. As Dríades seriam então, as ninfas das florestas e das árvores.

Elas são os espíritos femininos da natureza, tão conhecidas na Grécia e áreas circunvizinhas, mas acredita-se que elas habitam todo o mundo.

Dependendo da árvore em que habitam as dríade recebem distintos nomes. As que vivem nos freixos são conhecidas como melíades. e as que vivem nos carvalhos se conhece como dríopes. 

Sobre as melíades se conta muitas histórias. Há quem diga que os druidas faziam suas varinhas mágicas com ramos de freixo, dada a magia de seu tronco.

A árvore e a ninfa que habita nele se associam aos poderes curativos e protetores.

O freixo contribui com seu poder para que as crianças sejam sadias e por isso se faziam berços da madeira do freixo. 

Na Grécia dizia-se que as melíades cuidavam das crianças abandonadas,
fazendo que todos os freixos unissem seus galhos formando uma espécie de berço com seus braços, no qual os pequenos dormiam refugiados.

Na Inglaterra se usava como proteção contra os maus espíritos.

As melíades possuem um enorme amor pela árvore onde reside, por isso ela se vingará de todo aquele que se atrever a queima qualquer galho de sua árvore, usando então a lei "olho por olho".

Queimar um freixo onde habita uma melíade significa estar exposto a que ela queime tua casa.

Parentes próximos das Dríades são: as Napaeae, Auloníades, Hylaeorae e Alsaeides, viviam nos bosques, ravinas, arvoredos e vales, enquanto as Oreades pertenciam às montanhas e grutas.

As Hammadríades protegiam e cuidavam de árvores individuais específicas. Parentes próximos das Dríades eram também: as Náiades dos bosques, as Crenae e Pegae dos regatos, a as Limnades
das águas paradas.

Por vezes essas ninfas viviam dentro das águas, por vezes em grutas.

Dizia-se que elas tinham o dom da profecia e dos oráculos, curavam os enfermos, cuidavam das flores e protegiam os campos e os animais. 

A relação e os poderes de todas as ninfas eram tão similares que suas tarefas e áreas de influência eram constantemente confundidas.

Dríades das florestas e árvores, por vezes cuidavam de lagos e riachos próximos.

Ninfas das águas protegiam os bosques circunvizinhos.

As Dríades se apresentavam com o corpo de árvore, cabelos de folhas verdes e seios volumosos. 

Seus olhos eram dourados e suas vozes eram muito harmoniosas, como o rufar das folhas das árvores.

Adoravam a música e a dança. Devido serem jovens e bonitas, eram constantemente cortejadas por Apolo.

Algumas delas, acompanhavam Ártemis em suas caçadas.

Determinadas árvores eram habitadas pelas Hammadríades que não podiam sair de dentro delas.
Eram humanas só da cintura para cima, pois da cintura para baixo, seu corpo fundia-se com o da árvore, fazendo parte de suas raízes.

Elas permaneciam acorrentadas às árvores e morriam quando elas morriam. 

Tais árvores cresciam sempre em lugares remotos, onde
raramente um homem pudesse encontrá-las.

Elas falam várias línguas e sua grande inteligência permite se comunicar com quase todos os seres dos bosques.

Para que possamos ver uma delas, devemos prestar a maior atenção na natureza e nos fixarmos em cada detalhe. 

Se escutarmos um leve murmúrio que parece uma melodiosa voz, provavelmente próxima de nós se encontra uma Dríade.

ENTRE OS CELTAS

Dríades eram conhecidas em todas as regiões celtas. Os celtas acreditavam que fossem espíritos que habitavam as árvores, em especial os carvalhos.
Os druidas as contatavam para obter inspiração.
Bolotas de carvalho eram conhecidas como "Ovos de Serpente" e utilizadas em encantamentos.

A vida de algumas destas pequenas ninfas, como já falamos, estava sempre ligada à árvore onde haviam nascido, a qual cuidam durante toda a sua vida e morriam se ela morresse.

A maioria dos humanos pensa equivocadamente que nada acontece ao se talhar um árvore, arrancar-lhe folhas,queimá-la ou cortá-la.

Mas se cortarmos uma árvore em que habita uma Hammadríade, agora sabemos que estamos matando-a.

Contam os druidas,que quando um carvalho era cortado, soltava gritos e gemidos de dor que podiam ser ouvidos a mais de um quilômetro de distância.

Observações semelhantes já foram registradas em outras partes do mundo

ENTRE OS GREGOS 

Os deuses da mitologia grega protegiam estes seres pequenos, para que nada se atrevesse a matá-las, castigando fortemente todo aquele que destruísse as árvores. Deste modo, aprenderam os gregos a respeitar a natureza.

Os gregos e os romanos tomavam muito cuidado para não contrariar as ninfas. Grutas, riachos e toda a área florestada eram tratados com respeito,pois nunca se sabia se a ninfa daquela área se ofenderia.


As ninfas eram as companheiras de Fauno e Pã, os quais eram capazes de instigar o pânico e o horror sobrenaturais em qualquer agressor. Nossa palavra "pânico" vem da habilidade de Pã em incitar o pânico.

Na história religiosa o culto das árvores teve um papel importante.

Nada podia ser mais natural, pois, no alvorecer da história, a Europa estava coberta de imensas florestas primevas, onde as clareiras esparsas devem ter parecido pequenas ilhas em um oceano verde.

As Dríades seriam reminiscências da era matrilinear, cuja divindade primordial era a Terra-Mãe, enquanto a mulher seria a figura religiosa central.


Nesse caso, as ninfas, divindades secundárias, poderiam ser consideradas uma extensão da própria energia telúrica, a saber, divindades menores que representam Gáia, a grande Mãe Terra em sua união com a água, elemento úmido e fecundante.

Tudo leva a crer que sim, pois, da união desses dois elementos, terra e água, surge a força geradora que preside à reprodução e à fecundidade da natureza tanto animal quanto vegetal. 

Desse modo, as ninfas são a própria Gaia em suas múltiplas facetas, enquanto matriz de todos os seres e coisas, enquanto grande Deusa, cujas energias nunca se esgotam. 

Por tudo isso só podiam ser divindades femininas da eterna juventude.

                          PARA CAPTURAR UMA DRÍADE

Plante uma pequena árvore sem seu jardim em um lugar secreto e especial. Quando ela se fixar no solo e começar a crescer, a dríade nasce. Conheça a personalidade e o aspecto de dríade visitando a árvore regularmente.

Abraçar a uma árvore é o mesmo que abraçar a uma dríade, e a energia e a paz que você poderá obter através desse ato tão simples vale a pena por maior que seja a insegurança que possa você sentir inicialmente.

Quando a árvore entrar em decadência e morrer,a dríade passará ao Outro Mundo, enquanto que os restos da madeira voltarão ao bem-estar e a paz da terra. 

Ame a sua dríade e sua dríade amará você!