Para se chegar a Avalon era preciso saber o encantamento que abriria as névoas e chamaria a barca que o levaria pelo lago até à ilha. Somente os iniciados e alguns homens do povo do pântano (que conduziam as barcas) sabiam o caminho para Avalon. Quem ousasse transpor as brumas sem saber o encantamento ficaria perdido, para sempre, vagando entre os dois mundos.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

As Sacerdotisas de Avalon


                        As Sacerdotisas de Avalon

Para se chegar a Avalon era preciso saber o encantamento que abriria as névoas e chamaria a barca que o levaria pelo lago até à ilha. 

Somente os iniciados e alguns homens do povo do pântano (que conduziam as barcas) sabiam o caminho para Avalon. 

Quem ousasse transpor as brumas sem saber o encantamento ficaria perdido, para sempre, vagando entre os dois mundos. 

A terra sagrada das noviças devotadas à antiga Deusa, também chamada de Grande Mãe, foi palco de grandes acontecimentos na saga do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. Avalon, a “ilha das maçãs”, ficava na Inglaterra, em um lago rodeado de juncos, envolta em uma fechada cortina de bruma. 

Depois que a neblina se abria, um barqueiro misterioso conduzia o visitante até o lugar sagrado.

Viviane, a Senhora do Lago, liderava as donzelas que viviam em retiro devotado à Deusa.

 Mais tarde, foi sucedida pela fada Morgana, meia irmã do Rei Arthur.

 Segundo a lenda, uma mão surgida das águas do lago de Avalon presenteou-o com sua lendária espada Excalibur.

O vale de Avalon encontrava-se envolto na paz das colheitas. 

A luz dourada era filtrada através das folhas da macieira, cintilando no fumo perfumado que subia ondulante do caldeirão e concedia uma iluminação suave aos véus das sacerdotisas

Nos tempos antigos, as bruxas escolhidas tinham a posição de Sacerdotisa da Lua.

 Nas regiões costeiras e nas ilhas, as bruxas também poderiam ser Sacerdotisas do Mar.

 O uso da água do mar era um aspecto importante na Magia Lunar. 

Pois se "carregava" a água e liberava-se essa carga através da evaporação.

A lua é o ponto de foco da Terra.

 A Lua absorve, condensa e canaliza todas as forças que são recebidas pelo planeta.

 Aradia disse a seus discípulos para procurar pela Lua para qualquer propósito mágico.

As mulheres são vistas como as que carregam a energia da Lua dentro delas. 

Os homens também têm isso, mas as mulheres têm uma ligação mais próxima.

Uma Sacerdotisa, precisa está consciente de seu papel. Uma Sacerdotisa precisa retomar o poder da Grande Mãe, a glória da grande provedora da vida.

 Sabemos também do nosso poder, porque ao longo das eras não esquecemos a sacralidade de nossa existência ao nos identificarmos com a obra.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

A origem da religião da Deusa


                  A origem da religião da Deusa

A cultura celta foi uma das mais importante cultura que predominaram na Europa milhares de anos antes da ascensão e conquista de Roma.

 Os celtas surgiram na Europa central em meados do 2 milênio AEC, e provavelmente se originaram dos povos indo-europeus do continente asiático, na época do bronze tardio e espalharam- se por todo continente europeu a partir da idade de ferro.

Os primeiro relatos da existência dos celtas na Inglaterra e península ibérica datam de 1000 AEC, começaram a ocupar as margens do rio DANUBIO e sul da Alemanha á partir do ano 600 AEC.

 O avanço das artes e da cultura céltica aconteceu na suíça às margens do rio NEUCHÁTEL e em La téne. 

A partir daí entre os séculos Três e cinco AEC, espalharam-se por toda Europa chegando á Turquia e Ásia menor. 

Pesquisadores afirmam que os celtas permaneceram na Irlanda até a época de CROWELL, mais ou menor no século 17 EC.

Apesar de terem de espalhado por longas distancias e países diferentes, a cultura celta jamais se fragmentou, pois havia forças maiores que os uma:

- a língua, a arte e a religião.

A religião dos celtas era o druidismo, uma das religiões, mas antiga do mundo. 

Na organização da sociedade celta, os druidas exerciam um papel fundamental e de maior importância, já que éramos ministros da religiosidade, guardiões das tradições, cultura e da teologia. 

O druidismo era uma religião politeísta e seus ritos sempre eram realizados ao ar livre, pois os deuses jamais poderiam ser reverenciados em templos feitos pelas mãos humanas e assim a natureza era reverenciada como a única forma de atingir a essência das divindades.

A raiz filosófica- espiritual dos celtas era baseada na reverencia á duas grandes divindades:

- A grande deusa mãe, e o deus cornifero, chamados de ceridwen e cernunos.

Essas duas grandes divindades garantiam a prosperidade da descendência, da agricultura, do gado e o sucesso na guerra.

 O calendário céltico tinha uma estreita relação com a agricultura e os ciclos sazonais da natureza. 

O druidismo ou a religião céltica pode ser exprimido como o culto à grande deusa mãe. 

A própria natureza, em todas as suas manifestações.

Os druidas ensinavam sobre a arte da agricultura, da cura com ervas, da caça entre outras coisas.

 Realizaram as festas ritualísticas em homenagem as divindades, alem de iniciarem as pessoas nos preceitos da arte da magia.

A iniciação nos mistérios druidicos durava em média 20 anos e os ensinamentos eram transmitidos oralmente, pois temiam que a palavra escrita pudesse se tornar veiculo de magia incontrolável.

 Eram versados na adivinhação, onde utilizavam bastões oculares chamados de COELBREN para predizer o futuro. 

A classe sacerdotal era dividida entre homens e mulheres, mais a sociedade era extremamente matriarcal. 

Originalmente o sacerdócio era totalmente feminino. As druidesa eram divididas em 3 classes:

- A primeira vivia enclausurada para alimentar o constante fogo da deusa Brigit.

As outras 2 classes:

- Se casavam e eram as principais participantes nos rituais sagrados.

A raiz filosófico-espirituais dos celtas era baseada na reverencia a grande Deusa Mãe e ao Deus Cornífero. 

Os pagãos diziam que o universo foi criado á partir do corpo e da mente da grande Deusa. 

Ela é o principio que simboliza a fecundação e a criação, mãe de todos os deuses, seu filho e consorte o Deus Cornífero, representa a fertilização.

No final da idade de bronze, que data 5000 AEC á 2000 AEC, encontramos muitos indícios de cultos á Deusa Mãe. 

Pesquisas arqueológicas trouxeram a tona diversas obras de arte, das mais antigas, que são representações humanas do arquétipo da mãe. 

Estas descobertas se estendem por toda Europa, áfrica, Escandinávia e diversas outras localidades. Estatuas femininas esculpidas em osso, marfim, barro, argila e pedra representando mulheres nuas com longos cabelos, grandes ventres e seios, sempre foram encontradas nas proximidades de lugares sagrados e em sepulturas, significando algo sagrado e de simbologia religiosa.

Foram encontrados também alguns objetos ritualísticos com desenhos da Deusa, que pela data constatada através de teste com carbono 14, datam de 500.000AEC, o que seria no paleolítico inferior.

A adoração a Cernunos, filho e consorte da Deusa, também era muito difundido na Europa.

 Foram encontradas diversas estátuas na Suécia e em Mohenjo Daro, no vale indo, com representações do deus cornifero com galhos de cervo e cercado por diversos animais.

Os homens primitivos, nossos ancestrais, sempre considerarem que o poder divino quer presidia a criação era feminino e não masculino, como o cristianismo impôs o mundo. 

Torna-se evidente que as crenças religiosas centrais da Europa envolviam a adoração da grande deusa mãe (a terra e a lua), e ao deus cornifero (o sol). 

Com o advento do século 21 e conseqüência da era de aquário, todos estes velhos conceitos estão voltando á tona e ressurge em todo mundo com uma força brutal as crenças e todo o poder da magia dos antigos celtas. 

A bruxaria é a antiga religião dos povos da Europa, que após quase 2000anos de exclusão e “desaparecimento” ressurgiu nos idos de 1940 sob o nome de WICCA, como muitos usam hoje quando se referem às crenças e praticas de origens “pagãs”








domingo, 13 de abril de 2014

As Faces da Deusa


                            As Faces da Deusa

                         A Deusa, quem é Ela?

 A idéia de uma Deusa costuma nos parecer estranha. Afinal, estamos acostumados a ver a Divindade como "Ele". Mas na Wicca as coisas não são bem assim. 

A Divindade é vista tanto como feminina como masculina, sendo que o aspecto feminino (a Deusa) é o aspecto primordial, que cria o aspecto masculino (o Deus Cornífero). 

Inconcebível a idéia de trabalharmos com estas duas forças separadas, afinal cada uma delas tem suas particularidades, o yin yang. 

Mas nossa idéia central aqui é falarmos sobre Ela, a deusa, que a todos concebeu e para onde todos iremos voltar.

Vemos a Deusa como sendo o aspecto primordial da divindade, pois é Ela a Criadora de Tudo, assim como uma mãe dá a luz aos seus filhos.

 Os filhos da Deusa somos todos nós e tudo o mais que existe no Cosmos.

 Até mesmo o próprio Deus Cornífero, Sua contraparte.

Do ventre da Deusa tudo nasceu e para ele todos retornarão para renascer, é o que se diz na Wicca. 

O ventre da Deusa é também simbolizado pelo caldeirão, um símbolo celta importante, entre outras coisas, ligado à transformação e a reencarnação.

A Deusa não apenas criou tudo o que existe, mas também É tudo o que existe. 

Ela não é apenas transcendente, mas imanente. O Universo é Seu corpo, Sua mente, Sua alma e Seu Espírito. 

Vemos a Deusa em todos os lugares e em lugar nenhum, dentro e fora de nós mesmos.

 Reside dentre de nós próprios uma centelha Dela (e também do Deus), o que nos faz divinos.

A Deusa costuma ser representada pela Lua. 

Este satélite da Terra costuma, desde tempos antigos, em diversas culturas, ser visto como feminino, regendo as emoções, os sentimentos, o inconsciente, as sombras, a intuição e tudo aquilo que não pode ser analisado e classificado friamente.


Toda mulher sabe muito bem o significado da Lua, pois seu organismo atua de acordo com ela, assim como as marés.

 As mulheres podem sentir sua força, sua influência tanto no seu físico quanto no emocional.

A lua muda de fase a cada sete dias. Isso mostra o caráter mutável da Deusa. 

Ela não é estática, ela sempre apresenta uma face nova, de tempos em tempos.

 Na lua crescente Ela é a Donzela, também chama de Virgem. Na lua cheia Ela é a Mãe, Criadora de Tudo. Na lua minguante é a Anciã, ou a Velha Sábia.

Como Donzela, Ela possui o seu aspecto virginal, significando não o fato de nunca ter se relacionado sexualmente com um homem, mas, sim, o fato de ser solteira, independente e livre, não se submetendo ao jugo de homem algum.

 A cada dia da lua crescente, a força da Donzela floresce, como cresce sempre a força da juventude.

 Ela é vista muitas vezes como sendo delicada, gentil, uma criança brincando, mostrando assim sua inocência.

Mas é também vista como uma Caçadora (Ártemis/Diana, por exemplo). 

Dessa forma, pode ser agressiva, pois desafia a tudo e a todos para garantir a sua liberdade.

 A Donzela vê o Infinito à sua frente e não deseja que ele seja restringido.

Na primeira noite de lua cheia, a Deusa passa de Donzela para Mãe.

 É o Seu momento de maior poder, em que Ela é a Criadora de Tudo. 

Este aspecto luminoso representa o parto. Muitas vezes, a Mãe é vista como uma mulher grávida, ou uma mãe zelosa (Deméter/Ceres).

A Mãe dá Amor a todos os seus filhos, o que inclui não apenas os seres humanos, como também toda a Natureza. 


A Mãe também dá a luz ao Deus Cornífero, Seu filho, a Criança Prometida, que mais tarde se apaixonará por Ela, quando esta for novamente a Donzela, e Ele se converterá em Seu Consorte.

A Mãe representa a abundância e, por isso, é a Rainha da Colheita. 

A Deusa é a própria Natureza, da qual fazem parte todos os seres que aqui habitam, de todos os reinos, sejam eles animais, vegetais ou minerais.

Como tudo o que chega ao seu ápice começa a declinar, depois da lua cheia vem a lua minguante, em que a Deusa se torna a Anciã.

 Neste momento, a Deusa não é mais capaz de engravidar. Ela retém o seu sangue menstrual, o que lhe conserva poder. 

Se por um lado a Deusa perdeu o viço da juventude, por outro ganhou experiência, sabedoria e conhecimento.

 Ela é vista como a Conselheira.

 Já passou pela etapa de concepção, sabe o que significa gerar a vida, o que lhe torna sábia.

A Anciã está relacionada à morte.

 Ela é a Ceifeira, aquela que restringe aquele Infinito que a Donzela preza tanto. 

Afinal, tudo o que nasce morre para que possa ser transformado. 

Porém, a Anciã também é vista como a Curandeira, que entende das ervas que curam os males de um doente, sejam eles de qualquer espécie. 

Além disso, a Anciã é uma Parteira, o que mostra que a Morte está relacionada à Vida e vice-versa. 

O Caldeirão da Transformação é propriedade da Anciã (como mostrado na deusa celta Ceridwen).

As faces da Deusa mostram como ela é mutável.

 Ela muda como também muda a Natureza e nós mudamos. Por esse caráter, um dos símbolos da Deusa é a Serpente, pois ela troca de pele quando esta já cumpriu o seu papel, renovando-se.

 Pois para a Deusa a Eternidade é a Mudança. "Tudo flui". "No mesmo rio entramos e não entramos, somos e não somos". (Heráclito, filósofo pré-socrático).

A Deusa não pode ser definida com poucas palavras. 

Ela possui suas três faces e é representada por infinitas divindades femininas em todo o mundo. Cada divindade, um aspecto Dela, como espectro de uma luz que passa por um cristal e se divide em milhares de cores.

Ela é a chamada Deusa dos Dez Mil Nomes.

Como já foi dito, Ela é a Deusa da Terra; Ela é a própria Natureza; é Gaia. Sua pulsação é sentida nos bosques, nas matas, nas florestas. 

Seus humores são sentidos nas marés dos oceanos. Sua solidez está nas montanhas, no solo firme.

 Nos lagos, a sua placidez.

 Nos rios correm seu sangue. No centro do planeta, bate seu coração ardente. 

Sua calma respiração é percebida na doce brisa que nos refresca.

 Sua fúria inconcebível é sentida no poder dos furacões. 

Ela é Deusa de tudo o que vive e tudo o que existe está vivo, tudo emana as energias Dela.

Mas a Deusa não está só no planeta em que vivemos.

 Ela é também a Deusa Estelar e por isso seu símbolo é a Lua. 

Está nos mistérios do Universo, nas estrelas, em distantes planetas, nos intrigantes buracos negros. 

A Deusa está além do Universo, naquilo que não podemos compreender, do qual não conseguimos falar. 

Ela é imanente, sentida na Natureza e dentro de nós mesmos. 

E ela é transcendente, estendendo-se até o Infinito, Sua Criação.

À Deusa pertence a Sabedoria.

 Pela mitologia comparada podemos perceber que normalmente as deidades relacionadas à Sabedoria são femininas, tais como Minerva, Sophia, Athena, Ísis e Ceridwen. 

Até mesmo no misticismo judaico isso pode ser visto. Shekinah, a parte feminina do Deus judaico-cristão, é também relacionada à Sabedoria. 

Às deidades masculinas normalmente o que cabe não é exatamente a Sabedoria, mas o Conhecimento, o que pode ser muito bem visto em Thot/Hermes.


Embora possamos sentir a Deusa, ter uma experiência direta com Ela, realmente tomar conhecimento empírico de que Ela existe, não podemos compreendê-La em sua totalidade.

 A Deusa transcende tudo o que conhecemos. 

Pois Ela é tudo o que é conhecido e também todos os mistérios que ainda estão por ser revelados. 

Todos os conceitos que podemos formular através da nossa mente tão poderosa e tão limitada são dissolvidos por Ela. 

Bem e mal, certo e errado, nada disso existe para a Deusa. Ela está além disso.

Ela está ligada não apenas à criação, mas também à destruição. 

E não vemos nisso o mal.

 A destruição é um processo natural para que a criação possa se dar.

 Ao se cortar madeira e queimá-la em um fogão à lenha, garante-se que comida poderá ser preparada e uma família ter suas necessidades alimentícias satisfeitas. 

Através da destruição da madeira o sustento de uma família foi garantido. 

A destruição não é algo mau em si, desde que trabalhe lado a lado das forças da criação.

Por isso, não devemos ver tudo o que é destrutivo como algo maléfico.

 Muitas vezes o que parece aterrorizante é uma força necessária. 

Não dá para conceituar com exatidão os processos da Deusa, pois eles transcendem a nossa capacidade de compreendê-los totalmente.

Tem se falado muito atualmente, nos meios wiccanos, sobre a segunda vinda da Deusa. 

Com o florescimento da Wicca e outras religiões pagãs a partir do meio do século 20, o aspecto feminino da Divindade voltou à tona, depois de pelo menos dois mil anos relegado à obscuridade, muitas vezes referido como algo maléfico.

Na realidade, a Deusa não está voltando de algum lugar para aqui onde estamos, é claro!

 Se a Deusa não apenas tudo criou como tudo é, como pode ela ter ido para algum lugar em que Ela já estava para depois voltar para algum lugar da onde Ela nunca saiu? 

A volta da Deusa é o reflorescimento da percepção dos seres humanos da parte feminina da Divindade.

É o encontro com o feminino que mora dentro de cada um de nós, o despertar da intuição, a capacidade de amarmos e respeitarmos ao nosso próximo, a compreensão das diferenças, a preservação da natureza.

Por muito tempo, os seres humanos deixaram de perceber o feminino na Divindade.

 As religiões patriarcais, muitas vezes distorcendo o que foi pregado pelos seus fundadores (como aconteceu no cristianismo) passaram a valorizar o aspecto masculino mais do que o feminino, causando um desequilíbrio.

A Deusa perdeu sua importância para sobreviver pelos séculos em figuras como Virgem Maria e Maria Madalena, que, embora importantes, estão relegadas à segundo plano no patriarcalismo. 

Elas não tem um papel em si mesmas, mas um papel em função de Jesus Cristo.

Durante muito tempo o feminino esteve em baixa. Com a volta da Deusa, um reequilíbrio está vindo à tona. 

Não julgando o patriarcalismo como algo definitivamente maléfico, pois ele também teve os seus méritos, o Divino Feminino vem para corrigir distorções que se estabeleceram com o tempo.
 

 A centelha Divina está dentro de nós mesmos, não distante e inatingível, e ela jamais é punitiva e castradora, pois é acolhedora, como uma Mãe.

Para se perceber a volta da Deusa não é necessário fazer parte de Sua religião. 

Os efeitos da Sua volta são perceptíveis a qualquer um que nem ao menos tenha já ouvido falar de Wicca ou de outra religião pagã. 

São mudanças psicológicas e sociais que têm acontecido no século 20, principalmente a partir da década de 10 e de 60.

A mudança mais óbvia é o feminismo.

 Ele combate o machismo do sistema patriarcal. 

Numa análise dialética, o machismo é a tese, o feminismo é a antítese e agora estamos começando a viver a síntese desse processo, o igualitarismo entre os sexos. 

A harmonia entre o homem e a mulher tem a sua origem na Deusa, que abraça a todos sem distinção, como uma mãe faz com seus filhos.

Também pelo fato Dela abraçar a todos como seus filhos, outras transformações sociais são frutos de Sua volta.

 A visão do sexo como algo natural e não pecaminoso; o direito à homossexualidade; a luta pela melhoria das condições sociais de todos os menos favorecidos do mundo; o abalo no conflito senhor versus servo no qual o nosso sistema baseado na competição (típico do patriarcalismo) se sustenta, algo que consideramos feudal; o movimento ecológico crescente em todo o mundo; o fim da discriminação racial e social; a derrocada progressiva das ditaduras em todo o mundo.

Tudo isso é significa a volta da Deusa, que vem para unir a Humanidade, ao invés de colocá-la em guerra consigo mesma.

Muito disso pôde ser visto com clareza no movimento hippie dos anos 60 e nos movimentos de esquerda, que ocorrem desde 1914.

 Esses movimentos não foram totalmente bem-sucedidos e isso aconteceu porque as mudanças definitivas não ocorrem de uma hora para outra.

 Mas foram movimentos necessários para se dar um primeiro impulso; necessários para que possamos corrigir as falhas de um sistema ultrapassado.

Estes movimentos foram importantes para que pudéssemos discutir qual a função dos seres num contexto global.

 Dessa maneira foi possível começar a aparar algumas arestas, mas temos ainda um longo trabalho.

A Deusa também vem para alterar a relação do sacerdote e do fiel.

Na Wicca não temos uma figura central, que decide os rumos tomados pela religião, como há o Papa no Cristianismo. 

A estrutura da Wicca é celular. 

Cada grupo, sempre pequeno, é independente e não presta contas a um "poder maior". Todo praticante da Wicca é seu próprio sacerdote.

 A Deusa não possui intermediários.

 Cada ser humano é capaz de entrar em contato direto com Ela.

Na Wicca, nós não acreditamos nos Deuses, nós os conhecemos e os experimentamos através de experiências místicas. 

Nós sabemos que eles existem.

 Pois os Deuses não são apenas símbolos psicológicos. 

São também realidades manifestas. 

Fazem parte de nossas vidas, de nosso cotidiano, podemos senti-los, o que nas religiões cristãs não existe, pois afinal, elas negam qualquer sensação que não seja fisicamente comprovável.


Depois de tanto tempo de racionalismo cartesiano, de valorização à razão como a mais bem acabada faculdade da mente humana e de positivismo valorizando as ciências objetivas em detrimento dos processos subjetivos e da luz, com a volta da Deusa, o emocional, o intuitivo, o inconsciente, as sombras, o subjetivo tornam a ser valorizados na nossa sociedade.

Pois vimos ser ilusão a idéia de que tudo isso é algo menor do ser humano a ser superado com o "progresso" da humanidade. 

A razão e a intuição, o objetivo e o subjetivo, o consciente e o inconsciente, a luz e as sombras etc são apenas lados da mesma moeda, igualmente importantes. 

A filosofia e a ciência da era do patriarcalismo fizeram com que determinados dons fossem vistos como "evoluídos" e outros como "atrasados", ao mesmo passo que as religiões patriarcais fizeram com que os primeiros fossem considerados benéficos, de Deus, e os segundos, maléficos, do Diabo.

Hoje, podemos novamente aceitar ambos como complementares.

Vemos assim como é importante a volta da Deusa no nosso mundo. 

É algo inevitável, que está acontecendo por uma real necessidade. 

Faz parte das mudanças pelas quais o planeta passa de tempos em tempos. 

A volta da Deusa não passa de um outro nome para o que uns chamariam de Nova Era, Era de Aquário ou Novo Aeon.

(Texto de Dri e Quíron)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Mais sobre Excalibur

                           

                                         Excalibur


                       Excalibur e a Espada na Pedra - 

Nos romances arthurianos, várias explicações são dadas para a posse da Excalibur por Arthur.

 No poema de Robert de Boron, Arthur alcança o trono puxando uma espada de uma pedra. 

Nesse relato, esse ato não poderia ser feito se não pelo "verdadeiro rei", ou seja, o verdadeiro herdeiro de Uther Pendragon.

Esta espada é tida por muitos como a famosa Excalibur, e sua identidade se torna explícita no posterior Vulgate Suite du Merlin, parte das Prosas de Lancelot (Lancelot-Grail). 

Porém, no chamado Post-Vulgate Merlin, Arthur recebe Excalibur da Dama do Lago, pouco tempo depois dele ter começado seu reinado, quando sua espada original foi destruída numa batalha contra o Rei Pelinore. 

No Mort Artu, Arthur ordena Girflet a jogar a espada no lago encantado.

No poema grandioso de Jaspion, é a poderosa espada, e aquele que a possuir terá a glória eterna. 

Porém, não deve ser usada para a morte e sim para a reconstrução, fato que Arthur leva em consideração, já que Arthur é a natureza e tudo mais na epopéia de Malory.

A história, na verdade, é muito mais complexa do que isso. 

Diz a lenda que a espada não apareceu na pedra sem nenhum motivo, ela surgiu, na verdade, por um feitiço do próprio Merlin, para reencontrar o Rei Arthur, para que ele pudesse retornar ao trono.

 Para isso, lançou-se um boato de que o próprio rei havia colocado a espada naquela pedra.

Então, Arthur, desmemoriado, volta até Camelot, onde estava a pedra.

 Em seguida, o rei atual que estava lá sem ser de seu direito, lançou um campeonato para encontrar Arthur e matá-lo de uma vez por todas. 

Os dois finalmente estavam frente a frente. O atual rei não conseguiu tirar a espada do local, mas Arthur sim, e ao fazê-lo, recobrou sua memória, e assim assumiu o trono.

Há também uma outra versão de que a Excalibur tenha sido forjada pelo povo do antigo continente de Lemúria, e que foi passada ao rei Arthur através de uma senhora, e que, após sua morte, Merlin teria dado de presente a Excalibur para o reino de Agarta, e ali ter ficado como herança para seus reis.

Cavaleiros da Távola Redonda


                  
Os Cavaleiros da Távola Redonda foram os homens premiados com a mais alta ordem da Cavalaria, na corte do Rei Artur, no Ciclo Arturiano. 

A Távola Redonda, ao redor da qual eles se reuniam, foi criada com este formato para que não tivesse cabeceira, representando a igualdade de todos os seus membros.

 Em diferentes histórias, varia o número de cavaleiros, indo de 12 a 150 ou mais. 

Na lista da Winchester Round Table, que data de 1270, constam 25 nomes de cavaleiros.

Código de Cavalaria - Sir Thomas Malory descreve o Código dos Cavaleiros como:

1 - Buscar a perfeição humana
2 - Retidão nas ações
3 - Respeito aos semelhantes
4 - Amor pelos familiares
5 - Piedade com os enfermos
6 - Doçura com as crianças e mulheres
7 - Ser justo e valente na guerra e leal na paz

Origens da Távola Redonda - O primeiro escritor a descrever a Távola Redonda foi o poeta do século XII, Wace, cujo Roman de Brut tomou como base a Historia Regum Britanniae, de Geoffrey de Monmouth.

 Este recurso foi utilizado por muitos autores subseqüentes. Todavia, mesmo os primeiros autores atribuem a Arthur um séquito de guerreiros extraordinários.

Em Geoffrey, a corte de Arthur atrai os maiores heróis de toda a Europa.

 No material arturiano galês, muito do qual está incluído no Mabinogion, são atribuídas habilidades sobre-humanas aos homens de Artur. 

Alguns dos personagens do material galês aparecem, mesmo sob nomes alterados, como Cavaleiros da Távola Redonda, nos romances continentais, os mais notáveis dos quais são Cai (Sir Kay), Bedwyr (Sir Bedivere), Gwalchmai (Sir Gawain) e Galahad, aquele que conseguiu achar o Santo Graal.


Quando se vem a mente a era da cavalaria, com nobras cavaleiros em armaduras brilhantes, belas damas, torneios e justas, menestréis e contos de bravura, honra e amor, logo se lembra da lenda de Rei Arthur e seus Cavaleiros da Távola Redonda: 
Percival, Galahad, Lancelot e outros. 

As lendas arturianas são parte da mitologia de origem celta mais tardia, fundida com o cristianismo. 

Se Arthur foi ou não uma figura histórica real ainda é tema de muito debate, embora provavelmente tenha sido um poderoso e bem sucedido senhor Galês que viveu no período turbulento depois da retirada romana da Bretanha, em cerca de 410 a.C. 

Porém nas lendas, Rei Arthur, mortalmente ferido em uma batalha devastadora contra seu maligno parente Mordred, agora descansa no mundo de Avalon, aguardando seu retorno triunfante