Para se chegar a Avalon era preciso saber o encantamento que abriria as névoas e chamaria a barca que o levaria pelo lago até à ilha. Somente os iniciados e alguns homens do povo do pântano (que conduziam as barcas) sabiam o caminho para Avalon. Quem ousasse transpor as brumas sem saber o encantamento ficaria perdido, para sempre, vagando entre os dois mundos.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Os Esbaths e Sabbats

A Roda do Ano: os Esbats e Sabbats

Antigamente, quando o Deus e a Deusa eram tão reais quanto o Sol e a Lua, os rituais eram desestruturados - eram uma comunhão alegre e espontânea com o Divino. Depois, os rituais passaram a observar o ciclo do Sol através do ano astrológico e das estações, e também dos ciclos lunares mensais.

Atualmente, rituais parecidos são observados pela Bruxaria - e estas celebrações criam uma proximidade mágica com as Deidades e com o poder por trás delas.
A finalidade primordial da Bruxaria é estar em harmonia com a Natureza e com as energias divinas contidas nela. E a melhor forma de alcançar esta harmonia é a observação dos ciclos naturais. É para isso que servem os Esbats e Sabbats.

"Esbat" é o nome de cada uma das reuniões (ou celebrações solitárias) mensais, no primeiro dia da Lua Cheia ou da Lua Nova de cada mês. Nestas datas são celebrados os ciclos lunares; a finalidade básica dos Esbats é a celebração os ciclos da Deusa, em seus três aspectos: Donzela, Mãe e Anciã (Crescente, cheia e Minguante). Além disso, são épocas propícias para as reuniões, a editação e o estudo.


"Sabbat" é a denominação de cada um dos 8 grandes festivais solares que acontecem anualmente e que marcam a Roda do Ano das Bruxas.

Os Sabbats
SAMHAIN - Celebrado em 1o. de maio no hemisfério sul e em 31 de outubro no hemisfério norte (Obs.: a pronúncia é "Sôu-en")
YULE - Solstício de Inverno - Celebrado no primeiro dia do inverno (+ ou - 21 de junho no hemisfério sul e 21 de dezembro no hemisfério norte)
IMBOLC (ou Imbolg) - Celebrado em 2 de agosto no hemisfério sul e 2 de fevereiro no hemisfério norte
EOSTAR (ou Ostara) - Equinócio de Primavera - Celebrado no primeiro dia da primavera (+ ou - 21 de setembro no hemisfério sul e 21 de março no hemisfério norte)
BELTANE - Celebrado em 31 de outubro no hemisfério sul e 1o. de maio no hemisfério norte
LITHA - Solstício de Verão (Mid Summer) - Celebrado no primeiro dia do verão (+ ou - 21 de dezembro no hemisfério sul e 21 de junho no hemisfério norte)
LUGHNASAD (ou Lammas) - Celebrado em 2 de fevereiro no hemisfério sul e 2 de agosto no hemisfério norte
MABON - Equinócio de Outono - Celebrado no primeiro dia do outono (+ ou - 21 de março no hemisfério sul e 21 de setembro no hemisfério no hemisfério sul). 

A Roda do Ano Celta

A Roda do Ano Celta



  A concepção de tempo dos pagãos (O termo pagão significa: povo dos bosques ), principalmente a dos Celtas era um tanto quanto diferente da atual.

O tempo era para eles, não linear, mas circular, cíclico; há também o calendário, que era para eles lunar, enquanto que o nosso é um calendário solar.

Originários da tradição celta, os sabbaths ocorrem oito vezes ao ano, ou seja, duas vezes a cada estação.
Nessas ocasiões, são homenageadas duas divindades: a Grande Mãe, ou simplesmente a “Deusa”, que simboliza a própria terra, e o Deus Cornífero, O Gamo Rei, protetor dos animais, dos rebanhos e da vida selvagem.

Quando os raios do sol diminuem sua intensidade ao cair da tarde é o momento de nos prepararmos para mais um dia.

O povo Celta, assim como outros povos de origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer.

Cada anoitecer nos faz lembrar que a Deusa, com sua magia e seus mistérios, reinará através da Lua, das emoções, e das intuições, mostrando-nos que enquanto os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, os sacerdotes e sacerdotisas começam o semear de um novo dia.

O Deus, que também descansa durante a escuridão, se prepara para um novo nascer, para um novo brilhar, para um novo amanhecer.

Esse acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer fazem do dia e da noite momentos muito preciosos e de intensa comunhão entre o masculino e feminino.

É preciso que as duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que a Natureza possa se manter equilibrada.

Da mesma maneira, como a imagem refletida é o complemento da imagem projetada, homens e mulheres precisam estar juntos para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa refletir em momentos de intensa união e perfeição.

Esses momentos de equilíbrio entre o dia e a noite, marcados pelo pôr do sol, a metade da noite, o nascer do sol e a metade do dia, se tornam de extrema importância para magias. 



Da mesma forma, os momentos entre cada um desses pontos também se tornam importantes.

Em um suposto tempo linear: os quatro momentos principais seriam: 6h, meia noite, 6h e meio dia; e os secundários: 9h, 3h, 9h, e 3h.

Sabendo que o universo é perfeito e que tudo que há no macrocosmos tem seu correspondente no microcosmos, muitas vezes é preciso entender o micro para alcançarmos e sentirmos a importância do macro.

Para muitas pessoas fica mais fácil compreender o universo através de pequenos momentos do dia-a-dia para se ter uma real noção da extensão dos grandes momentos.

Como podemos ver existem quatro momentos do dia (24h) que são pontos vitais, e há quatro pontos secundários que são pontos de equilíbrio.

No processo de imagem refletida para imagem projetada, temos no ano (365 dias) quatro momentos vitais: o primeiro dia do ano e o primeiro dia do quarto, sétimo e décimo meses – dias que caem na divisão exata do ano em quatro partes iguais, em quatro elementos.

Temos, também, quatro momentos secundários: a entrada de cada uma das quatro estações, delimitadas pelos solstícios e equinócios.

Assim nossa roda do ano esta formada e em eterna harmonia com o universo.
Esta era a maneira de pensar e agir dos Celtas, que tinham seu calendário baseado nesses oito momentos do ano, quando reuniam-se em clareiras e templos para festejar ritualisticamente essas oito datas.

A cada uma delas deu-se um nome .

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ritual de Litha

Ritual de Litha


Itens necessários:


- O Caldeirão com água ou vazio (depende de sua necessidade)
- Um saquinho de papel ou cartolina nas cores verde, dourado ou azul
- Uma vela vermelha
- Incenso de tomilho, verbena, alecrim, ou benjoim
- Sal grosso
- Frutas, verduras da época e vinho tinto, sidra, e chá de valeriana
- Ervas: artemísia, verbena, camomila, lavanda, hera, samambaias,
- Flores: rosas, margaridas e cravos
- A Varinha Mágica
- O necessário para acender uma fogueira



Os que tiverem a possibilidade acenderão uma pequena fogueira no quadrante Sul de seu pátio jardim ou no espaço que escolheram para esta finalidade.


Também devemos levar o nosso Caldeirão com água (representando as chuvas que chegam com o verão) e colocá-lo no lado Oeste do lugar; no Este acenderemos algum incenso de tomilho, verbena, alecrim, ou benjoim, e por último no Norte colocaremos uma pequena terrina contendo sal grosso.


No centro do lugar faremos um pequeno Altar, podendo ser simplesmente um pano no chão ou algo mais elaborado como uma mezinha; nele colocaremos frutas e verduras da época, alguma das bebidas citadas na lista acima e qualquer uma das seguinte ervas: artemísia, verbena, camomila, lavanda, hera, samambaias, e podemos adorná-lo com rosas, margaridas e cravos.


Quando tivermos tudo isto pronto e com a fogueira ainda apagada, acendemos a vela vermelha, e parados ao lado do Altar e de frente para o Leste, fecharemos os olhos e diremos:


"Grande Deusa,
Mãe da Mãe da Mãe de Minha Mãe,
Origem das Linhagens Sagradas,
Peço que testemunhes esta celebração!"



Depois apontaremos a varinha para o Leste e com os olhos fechados começaremos a traçar um círculo imaginário de energia dourada na altura do horizonte, em sentido anti-horário e diremos:


“Este lugar e eu estamos rodeados e protegidos pelo Círculo Sagrado do Amor Eterno”


Deixando a varinha no altar começaremos a colocar no saquinho feito de papel as ervas que tivermos; se conseguir um pouco de cada uma melhor, caso contrário coloque as que conseguir.


Enquanto o fazemos devemos imaginar que estamos colocando junto com as ervas no saquinho os nossos problemas, as nossas dores, doenças e pesares; quando terminarmos ataremos a bolsa com uma fita vermelha e o deixaremos no Altar.


A seguir de pé diante o Altar e voltados para o Norte, levantaremos os braços e diremos:


“Agradeço nesta hora sagrada à Deusa e ao Deus pela riqueza e pela Vida!
Peço que terminem aqui todos os pesares e os problemas!”

Agora pegue o Caldeirão e caminhe ou dance ao redor do círculo de proteção que foi traçado no inicio em sentido anti-horário, jogando água para cima com a mão direita, simulando a chuva; enquanto o faz diga:



“Assim como sei que o Sol é necessário para que a Vida possa existir, também sei que sem a chuva a terra não seria nutrida para que nos dê os seus frutos!”


Deixe o Caldeirão no Oeste novamente e volte agora ao Altar; pegue novamente a varinha mágica e diga:


“Este ritual é minha celebração do verão,
Eu a saúdo Grande Deusa e ao seu consorte o Deus!
Sinto como toda a natureza vibra com a energia de ambos,
E como a terra está sendo abençoada
Com o calor da Vida!

Este é o tempo de esquecer os problemas
E as preocupações,
Este é um tempo de purificações!

Sol ardente, peço agora que em teu Grande Poder
seja queimado tudo aquilo que é inútil, ruim e daninho
Peço ser Purificada/o!”



Litha-fogueira
Deixamos a varinha no Altar, acendemos a fogueira, e a seguir queimaremos nela o saquinho com as ervas.


Se você faz a celebração dentro de casa, ou num lugar fechado por causa do mau tempo ou outra razão qualquer, não poderá fazer a parte que simula a chuva, então neste caso coloque a vela vermelha dentro do Caldeirão, e deverá queimá-lo na chama da vela vermelha, deixando-o terminar de queimar dentro dele.


Diga as mesmas coisas como se tivesse acendido a fogueira.


Sinta e imagine que com o saquinho se desvanecem todos os seus problemas, e tenha a certeza de que de alguma forma a solução deles chegará logo para você.
Depois de alguns momentos diga:


“Grande Deusa, Grande Consorte da Deusa!
Peço que a través da magia da noite de Litha
Abençoe-me minha vida com as boas coisas da Vida.
E faça de mim um canal pelo qual
As suas dádivas sejam distribuídas a toda a Humanidade
E ao Planeta como um todo!

Que assim seja!


Agora pode sentar-se e desfrutar dos alimentos e bebidas que estão no seu altar; obviamente este ritual pode ser feito com mais pessoas, ou você fazê-lo sozinha/o dentro do circulo e depois de terminar abrir o circulo e convidar as pessoas para acompanhar você no banquete.


Para abrir o circulo aponte a varinha para ele no ponto Leste e absorva a energia para o seu corpo através dela, enquanto gira por todos os pontos cardeais retornando ao Leste.


Se sobraram ervas presenteie-as aos presentes ou aos amigos e pessoas da família pois estarão abençoadas.


Com as flores pode enfeitar sua casa ou dá-las de presente como as ervas, ou seja distribua tudo o que sobrar mas guarde alguma coisa para você.


Como esta época é para compartilhar, podemos juntar roupas e coisa que não usaremos mais e doá-las para quem delas necessitar; os que celebram o Natal,podem levar um pouco desta celebração para essa comemoração, convidando aqueles que estarão com você nessa data para fazerem um “bazar do desapego” na noite do 24, e depois fazerem as vezes se Papai Noel e sair a distribuir esses presentes no dia 25.


Lembrem também que esta data é excelente para aqueles que desejam fazer a sua Dedicação!

 E finalmente, não esqueça de deixar o lugar limpo e em ordem, da mesma forma como o encontrou.

A Mãe Natureza agradece!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Origem de Avalon

                                 A Origem de Avalon

Avalon deve muito de seu mistério às lendas celtas que a consideram uma porta de passagem para outro nível de existência. 

Uma existência povoada de magia e amplitude espiritual. 


Também era chamada de "Ynis Vitrin" ou Ilha de Vidro, onde seres mágicos, isolados do mundo mortal, desfrutam a eternidade. 


O nome tem origem no semi-deus celta Avalloc.


Pesquisas arqueológicas atestam que os campos de Glastonbury, há milhares de anos, foram pântanos drenados, ou seja, a cidade já foi uma ilha, o que reforça sua proximidade com as lendas de Avalon

Que voz vem no som das ondas
que não é a voz do mar?
E a voz de alguém que nos fala,
mas que, se escutarmos, cala,
por ter havido escutar.

E só se, meio dormindo,
sem saber de ouvir ouvimos
que ela nos diz a esperança
a que, como uma criança
dormente, a dormir sorrimos.

São ilhas afortunadas
são terras sem ter lugar,
onde o Rei mora esperando.
Mas, se vamos despertando
cala a voz, e há só o mar.

Fernando Pessoa - Mensagem

sábado, 11 de dezembro de 2010

Lendas e Histórias



Famosa por suas densas brumas e por abrigar aprendizes de magia, elfos, ninfas e sacerdotisas da lua, Avalon era o refúgio preferido de Arthur, que para lá se dirigia em busca de conselhos ou para se curar magicamente das feridas de guerra. 

Cantada em prosa e verso por trovadores medievais, Avalon sempre pertenceu ao domínio da fantasia.


Para muitos respeitáveis estudiosos, porém, não há dúvidas de que a pacata e bucólica Glastonbury de hoje foi outrora a mítica Ilha de Avalon.

Todos os anos, milhares de visitantes e peregrinos, de todo mundo, acorrem a seus verdes campos e imponentes castelos para encontrar na força do mito de personagens e feitos fantásticos um pouco da magia interior sufocada pela vida moderna.